Canto esta valsa negra
que dedico aos dias mais belos de minha mãe.
Aos negros na senzala do século passado.
E ao amor de Menininha do Gantois a seus tantos filhos...
Ouço uma valsa negra
na paz à beira de um rio que passa acostado à uma pequena cidade no interior do Brasil.
No balanço dos barcos com seus pescadores e suas toadas tristes.
E um velho poeta negro, sábio em sua poesia de cores metafísicas...
Escrevo uma valsa negra
Aos filhos da África que nunca mais voltaram.
Aos seus desenhos de dor e de tristeza no fundo do mar.
Aos seus santos, descobertos e libertos, no afago do tempo que o homem não ousa tocar...
Há uma valsa negra
Que é triste como a lua...
Uma valsa negra
Alegre como o amor que vai além...
Uma valsa negra
Dolorida como o choro do banzo...
Há uma valsa negra
Feliz como a liberdade!
Poema de Aldo Moraes
composermoraes@hotmail.com
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