ENTREVISTA NINA ( II )
4 ) Nina, como você vê o cenário atual de incentivos à literatura em Londrina ?
A cidade de Londrina tem bons escritores, isso é inegável, temos até mesmo alguns premiados. Mas estes são poucos. Poucos quando se convive com tantas pessoas, como é o caso da Ciranda, e se descobre que há uma infinidade de ótimos textos, prosas, poesias, contos, músicas, peças teatrais e que estão todos engavetados. É claro que muitos deles precisam de uma ajuda aqui e ali, no português, na arrumação dos textos, uma burilada. Mas quem não precisa? Uma coisa interessante é que tenho sido procurada por pessoas querendo orientações em como registrar seus trabalhos (coisa fundamental, ressalto), solicitando que eu faça revisão de seus textos, e isso é muito bom, porque mostra que, se tivermos mais eventos que façam com que essas pessoas abram as gavetas, teremos muitas e ótimas surpresas. Para isso, é necessário que haja um aporte, financeiro, maior. Dos órgãos públicos e também da iniciativa privada. É muito difícil levantar patrocínio para um evento literário, como a Ciranda. Os empresários acham que não haverá uma grande visibilidade, se investirem. Estão enganados. Uma pessoa classificada na Ciranda multiplica o evento por 10, 20 outras. O Teatro Zaqueu de Melo lota nas apresentações. Os colégios vem de torcida. Depois, temos o livro, onde vai constar o nome dos apoiadores. Isto não é ter visibilidade? Claro que é. Não é uma coisa instantânea, como um show, mas algo que se sedimenta. E o que se sedimenta, se mantém.
5 ) Bem, sabemos que a Ciranda contribui não só para o estímulo de novos talentos como presta um grande serviço ao incentivo á leitura? O que mais poderíamos fazer em uma cidade como Londrina para promover a literatura ?
Sugestão 1 - uma feira de livros, pode ser bianual, onde as Editoras trouxessem seus lançamentos e seus escritores para palestras, comercialização. Curitiba abriu sua primeira Bienal de Livros nesta semana. Por que Londrina também não pode ter a sua?
Sugestão 2 - Concursos de redações escolares, com temáticas selecionadas do cotidiano, niveladas pelas faixas etárias, com apoio dos jornais locais que publicariam a vencedora de cada concurso.
Sugestão 3 - formação de grupos de pessoas que queiram publicar seus trabalhos, em forma de coletâneas, para barateamento dos custos. Já tentei fazer isso, colocando chamadas em jornais, mas houve muitas interpretações errôneas do assunto. Se surgirem interessados, podem fazer contato através do meu e-mail: nigra1401@hotmail.com.
Sugestão 4 - esta eu não vou falar, porque é um evento que, se Deus quiser, e ele quer, vai começar acontecer em setembro, com o apoio de um empresário do setor de restaurantes de Londrina. Aguardem!
ENTREVISTA NINA ( III )
6 ) Nina, nos conte quais seus escritores favoritos ?
Escritores favoritos. Difícil dizer, porque, às vezes, um escritor que se gosta muito, de repente escreve algo que não tem nada a ver. Na realidade, eu gosto das estórias, mais do que dos autores. Há um irlandes, Eoïn Koffler (acho que é assim) que escreve as aventuras de um menino, Artemis Fowl, que é fantástico. Gosto de René Barjavel (A Fome do Tigre), de Maquiavel (O Principe), de Vinícius de Morais (tudo), de Dan Brawn (tem muita coisa da realidade), de Paulo Coelho (amigo há muitos anos), de Cervantes e Dante (alguém já leu D. Quixote e a Divina Comédia, inteiros? Eu já), de Agatha Christie e Anne Ricce (adoro Lestat). Deu pra entender?
7 ) E o que você gosta de escrever ? Já publicou ? Participa de movimentos ou Academias de Letras ?
No início eu não sabia o que eu escrevia. Eu só escrevia. Poesia, para mim, sempre foi algo romântico. Brincando, eu sempre digo que sem um "muso inspirador" eu não consigo fazer poesia. Agora, a prosa, eu nunca sabia o que responder quando me perguntavam: qual é o seu estilo? Até que, um dia, eu li um livro chamado O Despertar dos Mágicos, de Jacques Bergier, onde eu descobri que eu escrevo na linha do realismo fantástico. Bonito, não é? O que isso quer dizer? Que o que eu escrevo tem uma base de realidade onde eu insiro personagens e contextos fantasiosos, coisas que existem só na minha cabeça (ou no cosmos, como ensina Bergier). Normalmente meus contos são passados no passado ou no futuro, mas sempre com muita ficção, fantasia e magia. E meu romance é um livro em três volumes, tipo Senhor dos Anéis, mas com temática futurística.
Publicado em antologia tenho algumas poesias, um conto que foi classificado no FEMUP 1999 e o meu livro, "Caminhos Ciganos", uma antologia com 4 contos que eu mesma banquei a edição, em 2002, com a "enorme" tiragem de 150 volumes.
Faço parte da Academia de Letras, Ciências e Artes de Londrina, como Sócio Colaborador e do Elos Clube de Londrina, como Vice-Presidente da Diretoria que será empossada no próximo mês de setembro
No Rio de Janeiro, faço parte da Associação dos Amigos da Biblioteca de Jacarepaguá e fui uma das fundadoras da Casa do Poeta do Rio de Janeiro.
8 ) Nina, obrigado pela atenção e temos certeza do sucesso da VI edição da Ciranda de Poesias. Abrimos o espaço para que você agradeça seus colaboradores :
Obrigado pela oportunidade de colocar minhas idéias, Aldo. Deixo meu agradecimento a todos aqueles que, nestas 6 edições da Ciranda de Poesias de Londrina, acreditaram no meu sonho e resolveram sonhar junto. São amigos fiéis que estão me acompanhando e lutando junto. A exceção da ASAPEL, Associação dos Aposentados de Londrina, da qual faço parte, e da minha irmã, Maria da Penha, lá do RJ, vou colocar apenas o primeiro nome de alguns, daqueles que for me lembrando, e eles saberão que são eles. Aldo, Nenê, Sara, Cidinha, Dr. Milton, Cleidival, Jane, Ivo, Dr. João, Jeso, Nino, Dílson, Julio, Darwin, Julie, Gentil, Ivonete, Mauricio, Cíntia, Mimi, Said, Sonia, Nair, Raul, Hugo, Sassá, Wilmar Marçal e os novatos Nil e Celly. Esqueci alguém, isso é claro. Mas, para todos os amigos que me aturam pedindo livros para premiação da Ciranda, o meu muito obrigado. E, aproveitando a oportunidade: quem pode me doar um livro para a premiação dos melhores da VI Ciranda de Poesias de Londrina?
