quarta-feira, 9 de novembro de 2011

A Juventude que invadiu a USP

A juventude que foi desocupada do prédio da USP, nesta terça-feira, dia 8 de novembro é a mesma que quer romper conceitualmente com os cânones da sociedade tradicional. Até aí um fato se conexa ao outro. Mas quando esta mesma juventude resiste em cumprir uma ordem judicial e vira as costas a uma assembléia democrática, convocada por eles mesmos, alguma coisa está errada!

As mudanças políticas, sociais e tecnológicas pelas quais o país passou nos últimos 20 anos trouxe à tona também uma nova juventude, diferente de outras épocas e cujas lutas são individualistas e com pouca ideologia. A situação é tão caótica que a psicologia moderna já se refere a estes jovens como"vivendo num presente contínuo". Ou seja, eles desprezam os valores dos pais, não conhecem e não querem conhecer o passado histórico e tudo aquilo que não pertence à sua geração é antigo e não deve ser considerado.

Estes jovens acham que tem o direito de fazer o que bem entendem, mas não gostam de deveres e responsabilidades. Para eles: os pais estão errados; os professores estão errados e o mundo moderno começou com eles. Estes jovens ignoram que ícones badalados por eles, como Steve Jobs e Bill Gates são sessentões e que nasceram na mesma época de seus pais ou avós. Foram eles que colocaram a juventude de hoje num novo mundo...

A invasão ao prédio da USP poderia trazer discussões de outras ordens como o monumental orçamento de quase 4 bilhões de reais ao ano e sua real destinação à sociedade paulista e brasileira. Mas o que esta juventude questiona vai além da liberdade individual e da luta social. A manifestação que agride jornalistas e se utiliza de capuzes e do silêncio mais lembra a ação de bandidos. Neste caso, os estudantes ainda se colocam como vitimas. A manifestação desta forma, acaba atingindo o direito dos outros jovens, que são a maioria, de viverem em paz, sem conflitos com a lei e próximos de um novo rumo profissional e acadêmico.

Portanto, os códigos que a mimada juventude (encontrada em todos os cantos do Brasil) busca não são os mesmos do jovem trabalhador e do jovem empreendedor, que levantam cedo, estudam, trabalham e pensam uma nova sociedade e que querem construir um país. Esta juventude mimada não vive sem celulares, tablets, roupas de grife e carros importados. E insiste desprezar o ambiente democrático que é saudável à vida acadêmica e profissional.

Como será que vão lidar com as frustrações e derrotas da vida prática e da concorrência de mercado, no futuro?

Se é que consideram a possibilidade de futuro?

A juventude individualista, mimada e que só olha para o próprio umbigo, ignora que sua luta egoísta vai contra a defesa da democracia e valores que os seus pais certamente lhes ensinaram.

É uma pena, se daqui a 20 anos, o Brasil estiver nas mãos destes jovens!

Aldo Moraes

composermoraes@hotmail.com

Nenhum comentário:

Postar um comentário