O Dia do Cinema Brasileiro é celebrado em 19 de junho.
Essa data foi escolhida porque remete àquele que teria sido o primeiro
dia em que foram feitas imagens a partir da tecnologia do cinematógrafo
no Brasil, isto é: o dia 19 de junho de 1898. Tais imagens foram gravadas a bordo do navio Brésil, que havia saído de Boudeaux, na França, onde o italiano Afonso Segreto
tinha acabado de fazer um curso sobre a operação do cinematógrafo e, de
lá, acabou trazendo um dos equipamentos para o Brasil. As imagens
capturaram o cenário da Baía de Guanabara, no Rio de Janeiro.
Alguns historiadores contestam o fato de
que Afonso tenho feito as primeiras imagens cinematográficas no Brasil,
alegando que, um ano antes (em 1897), na cidade de Petrópolis, alguns
filmetes podem ter sido gravados a partir do uso de um modelo de
cinematógrafo criado pelo cientista americano Thomas Edison.
A despeito de quais tenham sido as primeiras imagens de cinema gravadas
no Brasil, o fato é que o sobrenome “Segreto” tornou-se sinônimo do
pioneirismo no cinema do Brasil.
Afonso Segreto foi impelido por seu irmão, Paschoal Segreto,
que também havia se estabelecido no Brasil, a viajar para vários
lugares do mundo a fim de especializar-se nas técnicas do cinematógrafo.
Sabemos que as primeiras máquinas produtoras de imagem em movimento
datam da segunda metade do século XIX, sendo as mais famosas a de Thomas
Edison, já citada, e a dos irmãos Lumière,
da França. Paschoal Segreto, que era empresário do ramo do
entretenimento, com forte interesse em teatro, logo se interessou também
pelo cinematógrafo e acabaria criando a primeira companhia produtora de
filmes e a primeira revista especializada em cinema do Brasil.
Nos primeiros anos do século XX, os
irmãos Segreto filmaram dezenas de filmes, dando assim os primeiros
passos para assentar as bases do cinema no Brasil. Nas décadas
seguintes, outras personalidades destacaram-se na produção
cinematográfica. Nos anos 1930, Humberto Mauro
destacou-se com filmes como “Ganga Bruta” e “Alô, Alô Carnaval”,
desenvolvendo o gênero da “chanchada”, que teve ampla aceitação popular.
Nas décadas de 1940 e 1950 o cinema
prosseguiu com a criação dos primeiros estúdios profissionais, como o
“Vera Cruz”, muito inspirado nas produções de Hollywood, que começavam a
ganhar o mundo nessa época. Nas décadas de 1960 e 1970, o cinema
brasileiro teve uma grande guinada criativa por conta do “Cinema Novo”, inspirado no “Neorealismo Italiano” e na “Nouvelle Vague” francesa, tendo como representantes principais: Ruy Guerra, Luís Sérgio Person, Glauber Rocha, Nelson Pereira dos Santos e Joaquim Pedro de Andrade.
Além desse tipo de produção, houve também o desenvolvimento do cinema de entretenimento associado a canais televisivos, como a Globo Filmes.
Nos anos 1990 e 2000, uma nova leva de filmes de corte criativo com
destaque internacional apareceu no Brasil, sobretudo nas pessoas de Carla Camuratti, Walter Salles, Fernando Meirelles e José Padilha.
Todo esse percurso do cinema brasileiro deve, direta ou indiretamente,
ao empreendimento dos irmãos Segreto, daí o dia de homenagem ser
creditado ao dia em que Afonso Segreto fez suas gravações na Baía de
Gauanabaa.
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