quinta-feira, 13 de outubro de 2011

NOBEL DA PAZ




Luanda – A atribuição do prémio Nobel da paz a três mulheres, das quais duas liberianas, o alerta do Unicef contra a penúria de produtos nutritivos a favor de crianças e o apelo do Papa Bento XVI à uma ajuda concreta para o Corno de África, foram entre outros acontecimentos que marcaram o panorama socio-político do continente africano, durante a semana finda.

Entretanto, a Presidente liberiana, Ellen Johnson Sirleaf e a sua compatriota e militante pela paz, Leymah Gbowee, assim como a jornalista yemenita Tawakkul Karman, constituiram manchete da semana que hoje finda, ao serem contempladas, sexta-feira, com o prémio Nobel da paz 2011, pelo comité Nobel da Noruega.

Na véspera do anúncio das vencedoras do prémio, em Oslo (Noruega), o presidente do comité Nobel norueguês, Thorbjoern Jagland, declarou que as três mulheres foram "recompensadas pela sua luta pacífica em prol da segurança das mulheres e dos seus direitos de participar nos processos de paz".

Até o presente, em 111 anos, apenas 12 mulheres receberam o Nobel da Paz.
A última mulher a ganhar esta distinção também foi uma africana, a militante ecologista queniana Wangari Maathai, que acaba de falecer.

Também foi manchete, dos últimos sete dias, o alerta do Unicef contra a penúria de produtos nutritivos para crianças no mundo e particularmente no corno de África.

A directora de Abastecimentos da agência da ONU, Shanelle Hall, o reagir perante mais de 100 parceiros da UNICEF, reunidos em Dinamarca, exortou a indústria alimentar a "ajudar a sociedade civil, os Governos e as Nações Unidas a encontrarem soluções para esta crise humanitária".

Neste mesmo quadro, o papa Bento XVI lançou quarta-feira um apelo exigindo à comunidade internacional a prosseguir o seu engajamento para o Corno de África afectado pela fome e pediu a "todos para oferecerem uma ajuda concreta" às populações, "em particular para as crianças que morrem a cada dia vítimas de doença e por falta de água e de comida".

Na África do sul, a semana em analise foi marcada com dois acontecimentos de caracter social, nomeadamente, o funeral de três membros de uma família portuguesa, assassinados sábado último, na sua residência, e o 80º aniversário nataliciso do prémio Nobel da Paz, Desmond Tutu.

Em Joanesburgo, centenas de amigos, familiares e vizinhos dos três membros da família portuguesa, assassinados em Walkerville (sul de Joanesburgo), encheram sexta-feira por completo a Igreja católica libanesa de Mulbarton numa sentida homenagem a António, Geraldine e Amaro. Entre os presentes à cerimónia ficou o sentimento de revolta contra os autores deste triplo homicídio.

E na cidade do Cabo, o prémio Nobel da Paz, Desmond Tutu, celebrou o seu 80° aniversário com uma missa na catedral da Cidade do Cabo, na ausência do chefe de Estado Jacob Zuma, a quem o Arcebispo criticou por não ter concedido a tempo o visto pedido pelo Dalai Lama.

O vice-presidente Kgalema Motlanthe em representação de maiores autoridades de Estado, e a esposa de Nelson Mandela (primeiro presidente negro sul africano) Graça Machel, estiveram presentes na catedral de St George, onde Tutu oficiou como arcebispo anglicano a partir de 1996.

Durante a semana em referência, o novo modelo de eleição para as presidenciais, adoptado pelo governo da Libéria, foi destaque noticioso.

Entretanto, a Libéria adoptou para as eleições presidenciais e legislatives de 11 de Outubro próximo, um novo modelo de eleição dos candidatos, com a integração de mais um candidato, além do da cabeça de lista.

A titulo de exemplo, a candidata Ellen Johson Sirleaf, presidente cessante, tem como Segundo candidato a vice-presidente, Boakal Joseph Nyama, ambos do Partido de Uniao (PU, sigla em ingles). Assim como George Weah, candidato derrotado nas eleicoes de 2005, face a Ellen Johson Sirleaf, aparece como número dois a vice-presidente na lista de Wiston Tubman, do Partido do congresso democrático para a mudança (CDC, sigla em ingles).

Ainda mereceu destaque noticioso, durante a semana finda, o reconhecimento da União Europeia face aos progressos do Ghana, Benin e República Centro-Africana em termos de direitos humanos.

Segundo um um relatório da UE sobre estas matérias, relativo ao ano 2010, esses três países africanos figuram entre os Estados pilotos que realizaram progressos no domínio da democracia e dos direitos humanos.
Enquanto na Somália, as reacções à volta do recente atentado suicida que matou pelo menos 70 pessoas tiveram respaldo semanal, com destaque da reacção do Secretário geral da ONU, Ban Ki-moon que condenou o repugnante atentado e qualificou de “incompreensível” que vítimas inocentes sejam escolhidas como alvo.

O Conselho de Segurança da ONU condenou de igual modo o atentado nos termos mais firmes numa resolução que chama o ataque de acto criminoso e injustificável.

Finalmente, a semana finda foi marcada com um acontecimento menos comum na cena politica dos Camarões.

Um sacerdote decepcionado pela rejeição de sua candidatura às eleições presidenciais, que serão realizadas no próximo dia 9, o sacerdote decidiu formar o Exército de Libertação do Povo Camaronês (ALPC), com o objectivo de acabar com "o regime ditatorial do Presidente Biya".

Trata-se de Bertin Kisob, um sacerdote de 36 anos, líder de três homens armados, que na última quinta bloqueou a principal ponte de acesso a Duala e entrou em confronto com as forças da Brigada de Intervenção Rápida (BIR) de Camarões, não é um militar. Para surpresa de todos, o manifestante é um sacerdote de Bamenda, uma cidade de 250 mil habitantes no noroeste do país.

Fonte: Agência Angola Press

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