Temos a alegria e grata de satisfação de entrevistar o compositor Sérgio Roberto de Oliveira, candidato ao Grammy Latino, na categoria composição erudita, concedida ao blog Arte Brasil:
1. Aldo Moraes pergunta:
Sérgio Roberto de Oliveira, obrigado por sua atenção. Como começou seu interesse por música?
Sérgio Roberto de Oliveira responde:
Num sentido mais amplo, como ouvinte, é impossível precisar. Meus pais sempre gostaram muito de música popular. Meu pai sempre teve muitos amigos músicos, entre os quais o Sergio Bittencourt (meu padrinho, filho do Jacob do Bandolim) e Claudionor Cruz (importante chorão que foi meu primeiro professor de música e parceiro). A decisão de estudar música foi totalmente intuitiva: no Natal de 1982 (eu tinha 12 anos) minha mãe me perguntou que presente eu queria. Eu disse que tinha a estranha sensação de sempre ter querido ter um piano. Ganhei o presente.
b) Como considera que a música popular possa influenciar seu trabalho erudito e vice-versa?
Essa pergunta é excelente, já que trabalho com as duas linguagens. A música popular me influencia bastante. Muitos compositores utilizaram o material popular (seja rítmico, melódico, harmônico, textural, etc.) como quem recolhe um material de pesquisa. Pra mim, é quase um sotaque. Ouvir tanto e trabalhar tanto com música popular ocasionou isso. E, claro, a expressão, o lirismo. Tudo isso, no meu caso, vem da música popular. No caminho contrário, a música erudita influencia os meus arranjos de música popular. Seja pela forma, pela estrutura ou simplesmente pela postura diante de uma obra (arranjo ou composição) a ser escrita.
c) Qual o cenário atual para o compositor erudito no Brasil atual?
Está melhorando, mas é muito complicado. Não existe a profissão de compositor. Ninguém pode viver de compor, o que é uma coisa absurda. Pessoas vivem de dar aula, de produzir, mas não de compor. Dessa forma, ninguém pode se dedicar em tempo integral à composição. Além disso, estamos muito separados uns dos outros. É preciso que nos unamos, para o bem comum. E não é só o caso dos compositores, mas de todos que trabalham com a música contemporânea. Está na hora de reativarmos a Sociedade Brasileira de Música Contemporânea, ou algo similar. Esperar do poder público é que não dá.
No meu caso específico, estou satisfeito com o fato da minha música ser bem tocada ao redor do mundo. Mas, dinheiro mesmo, só nos EUA.
Sergio Roberto de Oliveira
12 Latin Grammy Nominee – Best Classical Contemporary Composition
Compositor
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