Seu nome era Lhamo Dhondup até o momento em que, com dois anos de idade, foi reconhecido como sendo a reencarnação de seu predecessor, o 13º Dalai Lama, Thubten Gyatso. Os Dalai Lamas são tidos como manifestações de Avalokiteshvara ou Chenrezig, o Bodhisattva da Compaixão e patrono do Tibet.
Um Bodhisattva é um ser iluminado que adiou sua entrada no nirvana e escolheu renascer para servir à humanidade.
Liderança
Em 1950, com 15 anos, Dalai Lama foi solicitado a assumir a completa responsabilidade política como chefe de estado e de governo, após a invasão chinesa do Tibet. Em 1954, foi a Beijing para tratativas de paz com Mao Tsetung e outros lideres chineses, como Chou En-Lai e Deng Xiaoping. Em 1956, durante visita à Índia para participar das festividades do aniversário de 2500 anos de Buda, esteve presente em uma série de reuniões com Nehru, o Primeiro Ministro Indiano, e o Premiê Chou, sobre a situação do Tibet que se deteriorava rapidamente.
Seus esforços para alcançar uma solução pacífica para o problema sino-tibetano foram frustrados pelas atrocidades da política chinesa, no leste do Tibet, dando origem a um levante popular. Esse movimento de resistência espalhou-se por outras partes do País, e em 10 de Março de 1959, Lhasa, a capital do Tibet, explodiu em um grande levante. As manifestações da resistência tibetana exigiam que a China deixasse o Tibet, reafirmando a sua independência.
Quando a situação se tornou insustentável, pediu-se ao Dalai Lama que saísse do país para continuar no exílio a luta pela libertação. Sua Santidade seguiu para a Índia, que lhe concedeu asilo político, acompanhado de outros oitenta mil refugiados tibetanos. Hoje há mais de 120.000 tibetanos vivendo como refugiados na Índia, Nepal, Butão e no Ocidente. Desde 1960, Sua Santidade reside em Dharamsala, uma pequena cidade no norte da Índia, apropriadamente conhecida como "Pequena Lhasa", por sediar a sede do governo tibetano no exílio.
Desde a invasão chinesa, Dalai Lama apresentou vários recursos às Nações Unidas sobre a questão tibetana. A Assembléia Geral adotou três resoluções sobre o Tibet, em 1959, 1961 e 1965.
Em setembro de 1987, Dalai Lama propôs o Plano de Paz de Cinco Pontos para o Tibet, como um primeiro passo na direção de uma solução pacífica para a situação que rapidamente se deteriorava no país. Em sua visão, o Tibet se tornaria um santuário, uma zona de paz no coração da Ásia, em que todos os seres sencientes poderiam viver em harmonia, com o delicado equilíbrio ambiental preservado.
A China, até o momento, não respondeu positivamente às várias propostas de paz criadas por Sua Santidade. Dalai Lama recebeu o Nobel da Paz em 1989, no dia 5 de outubro.
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