d) Aldo Moraes pergunta:
Qual o perfil da sua obra que concorre ao Grammy Latino?
Sérgio Roberto de Oliveira responde:
É uma obra bem típica minha. A estrutura é consistente, mas não soa pra platéia. É uma obra para violão solo e a idéia surgiu observando o mar. Quis imitar o movimento da onda para o gesto da mão direita do violão. E, mais importante que tudo, é uma obra focada na expressão. Em transmitir a idéia de um coração apaixonado. E acho que é bem sucedida justamente por ter esses aspectos: satisfaz ao público, porque é expressiva e comunica; satisfaz ao instrumentista, porque é idiomática para o instrumento; satisfaz a mim, porque a estrutura consistente me traz prazer e facilidade para lidar com os elementos musicais.
e) Que perfil estético tem seu trabalho e que autores o influenciam? Considera que outras áreas ( o teatro, a literatura ou a dança) possam lhe influenciar ou trazer inspiração?
Sempre tenho medo de responder sobre estética e limitar a visão que as pessoas têm da minha música. Acho que uma questão central é a expressividade. Outra é lirismo. E ainda outra é o sotaque popular. Junte tudo isso e temos um perfil aproximado da minha estética. O teatro me influencia bastante. Literatura, pintura e dança, não de uma forma direta. Mas eu adoro arte. E, claro, como artista, tudo o que vivencio passa a fervilhar dentro de mim, se misturando, e pronto para ser expresso em música.
f) Deixe o espaço aberto para que fale com nossos leitores: são artistas, universitários, produtores culturais e pessoas interessadas em arte e cultura:
Cultura no nosso país é um sacerdócio. Coisa de gente teimosa, que, consciente ou não, está disposto a construir aquilo que é mais caro para a nossa sociedade. Investe-se na construção de pontes. Na Cultura, até há investimento. Mas ninguém sabe ao certo como fazer. Cabe a nós, artistas e homens de cultura estarmos repensando inventando, discutindo as estruturas, a Cultura, a nossa própria arte. Com o senso crítico apontado para nós mesmos, antes e mais nada. Sou um sonhador e tudo o que conquistei até hoje, tinha alguém do meu lado dizendo que era impossível de fazer. Acho que, no fundo, arte é isso também: criar o impossível. Afinal, o impossível é aquilo que alguém ainda não fez. Bem como a arte. Lutemos! Sonhemos! E usemos cada não como um tropeço que nos impulsiona para frente. Comigo está dando certo assim.
Sergio Roberto de Oliveira
12 Latin Grammy Nominee – Best Classical Contemporary Composition
Compositor
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