A NOITE DE SÃO JOÃO
O samba de coco corre animado perto do foguetório e do mastro de São
João. Quem comanda o samba é Tia Mocinha, com negros mais velhos tocando e
cantando ao som de 2 surdos, 2 caixas, 1 cuíca, 1 reco-reco e 1 ganzá. Tiram
pontos e cantos antigos que soam como mantras africanos em meio à noite
misteriosa de 24 de junho...
O Samba de coco é uma dança brasileira. O coco surgiu na região nordeste como uma dança de
trabalho e se dissemina pelos estados da Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará,
Alagoas, Sergipe e Pernambuco. Mas o samba de coco nasceu no sertão do estado
de Pernambuco, o ritmo possui traços indígenas, com nítida
influência africana dos quilombos e senzalas. Os negros cantavam durante o ritual da quebra
do coco para a extração das coconhas. O aspecto sertanejo
existente, possivelmente, é resquício da matriz portuguesa.
Seu elemento musical
marcante é o ritmo sincopado. As
canções são marcadas pela oralidade, apresentam como temática o cotidiano de
labuta, o amor e a própria história. A marcação do tempo com palmas e concebem
métricas livres, como: quadras, sextilhas, décimas etc. Os instrumentos
de percussão utilizados
originalmente são: cuícas, pandeiros,
ganzás, bombos, tambores, chocalhos,
maracas e zabumbas unidos
à harmonia da sanfona.
A indumentária originalmente
se constituía de vestidos com
estampas e rodados, enquanto os homens usavam calças e camisas sociais
igualmente estampadas. Ambos calçavam tamancos feitos de madeira. Constitui-se
uma dança de umbigada. É
dançada em pares que formam um círculo ou apenas um par por vez dança no meio
da roda enquanto os demais participantes cantam as respostas em coro e batem
palmas.
Acompanhar a
manifestação é de uma beleza e um encanto incríveis e que tornam a experiência
inesquecível. Como o samba de roda, o samba do recôncavo baiano e o samba
jongo; o de coco por sua história, ancestralidade e beleza poética é algo a ser
preservado e devidamente registrado.
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