quarta-feira, 1 de abril de 2015

KOELLREUTTER 100 ANOS

Este ano, Hans Joachin Koellreutter completaria 100 anos.

O blog vai pontuar as várias facetas do artista e pensador que adotou o Brasil.

Começamos por uma breve biografia para que o leitor conheça esta personalidade da cultura:

(1915 - 2005)

  Compositor erudito, maestro, flautista e crítico de arte germânico-brasileiro nascido em Freiburg im Breisgau, Alemanha. considerado o primeiro mestre de composição dedicado ao ensino da técnica dodecafônica no Brasil e teve importância fundamental na formação de três gerações de músicos do país. Cursou a Academia Superior de Música de Berlim, onde estudou composição com Paul Hindemith e regência Hermann Scherschen, no Conservatório de Genebra. Ficou conhecido e respeitado na Alemanha como flautista de concerto e iniciava sua carreira de regente quando Adolf Hitler ascendeu ao poder. Por motivos políticos, mudou-se para o Brasil, radicando-se no Rio de Janeiro (1937), onde no ano seguinte começou a ensinar música no Conservatório de Música da então capital federal. 

Conheceu e ficou amigo de Heitor Villa-Lobos e Mário de Andrade e tornou-se um dos nomes mais influentes na vida musical no País. Organizou o movimento Música Viva (1939), formados por um grupo de músicos de renome que consideravam o nacionalismo como uma fase da evolução artística de um povo. Além de publicar a revista Música Viva, o grupo organizou também concertos, audições experimentais e programas radiofônicos. Contratado pelos pais de Tom Jobim, foi o primeiro professor de  piano e harmonia para o futuro criador da Bossa Nova (1941). 

Nessa década ajudou a fundar a Orquestra Sinfônica Brasileira, onde foi primeiro flautista e naturalizou-se brasileiro (1948). Participou da fundação da Escola Livre de Música de São Paulo (1952) e fundou e dirigiu a Escola de Música da Universidade Federal da Bahia, em Salvador (1954). Ganhou o prêmio Ford (1962) e a convite do Instituto Goethe e regressou à Alemanha (1962) e passou a se dedicar ao estudo da música oriental. 

Trabalhou na Alemanha, Itália e Índia, onde viveu por quatro anos (1965-1969) e fundou a Escola de Música de Nova Deli. Também esteve ainda em Sri-Lanka, no Japão, Uruguai e Coréia do Sul. De volta ao Brasil depois de mais de dez anos, fixou-se em São Paulo, onde foi diretor do Conservatório Dramático e Musical de Tatuí, que deixou por falta de recebimento do salário (1984), e professor visitante do Instituto de Estudos Avançados da USP. 

Também dirigiu o Instituto Goethe(1975-1981), uma instituição da Alemanha que tem por objetivo divulgar pelo mundo a cultura e a língua alemã. Criou música serial aleatória, como Cantos de Kulka, para soprano, Yûgen, para instrumentos tradicionais japoneses, e Ácronon, aplicação musical de suas idéias sobre o tempo. 

Recebeu o título de cidadão honorário carioca (1981) e muitas outras honrarias e foi recebido como membro honorário da Academia Brasileira de Música (2000). 

Sofrendo do Mal de Alzheimer, morreu no hospital Santa Isabel, em São Paulo, no dia 13 de setembro, em conseqüência de uma pneumonia, onze dias depois de completar 90 anos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário