Este ano, Hans Joachin Koellreutter completaria 100 anos.
O blog vai pontuar as várias facetas do artista e pensador que adotou o Brasil.
Começamos por uma breve biografia para que o leitor conheça esta personalidade da cultura:
(1915
- 2005)
Compositor erudito, maestro, flautista e crítico de arte germânico-brasileiro
nascido em Freiburg im Breisgau, Alemanha. considerado o primeiro mestre
de composição dedicado ao ensino da técnica dodecafônica
no Brasil e teve importância fundamental na formação
de três gerações de músicos do país.
Cursou a Academia Superior de Música de Berlim, onde estudou composição
com Paul Hindemith e regência Hermann Scherschen, no
Conservatório de Genebra. Ficou conhecido e respeitado na Alemanha
como flautista de concerto e iniciava sua carreira de regente quando Adolf
Hitler ascendeu ao poder. Por motivos políticos, mudou-se para
o Brasil, radicando-se no Rio de Janeiro (1937), onde no ano seguinte começou
a ensinar música no Conservatório de Música da então
capital federal.
Conheceu e ficou amigo de Heitor Villa-Lobos e Mário
de Andrade e tornou-se um dos nomes mais influentes na vida musical
no País. Organizou o movimento Música Viva (1939),
formados por um grupo de músicos de renome que consideravam o nacionalismo
como uma fase da evolução artística de um povo. Além
de publicar a revista Música Viva, o grupo organizou também
concertos, audições experimentais e programas radiofônicos.
Contratado pelos pais de Tom Jobim, foi o primeiro professor de
piano e harmonia para o futuro criador da Bossa Nova (1941).
Nessa década
ajudou a fundar a Orquestra Sinfônica Brasileira, onde foi primeiro
flautista e naturalizou-se brasileiro (1948). Participou da fundação
da Escola Livre de Música de São Paulo (1952) e fundou e
dirigiu a Escola de Música da Universidade Federal da Bahia, em
Salvador (1954). Ganhou o prêmio Ford (1962) e a convite do Instituto
Goethe e regressou à Alemanha (1962) e passou a se dedicar ao estudo
da música oriental.
Trabalhou na Alemanha, Itália e Índia,
onde viveu por quatro anos (1965-1969) e fundou a Escola de Música
de Nova Deli. Também esteve ainda em Sri-Lanka, no Japão,
Uruguai e Coréia do Sul. De volta ao Brasil depois de mais de dez
anos, fixou-se em São Paulo, onde foi diretor do Conservatório
Dramático e Musical de Tatuí, que deixou por falta de recebimento
do salário (1984), e professor visitante do Instituto de Estudos
Avançados da USP.
Também dirigiu o Instituto Goethe(1975-1981),
uma instituição da Alemanha que tem por objetivo divulgar
pelo mundo a cultura e a língua alemã. Criou música
serial aleatória, como Cantos de Kulka, para soprano, Yûgen,
para instrumentos tradicionais japoneses, e Ácronon, aplicação
musical de suas idéias sobre o tempo.
Recebeu o título de
cidadão honorário carioca (1981) e muitas outras honrarias
e foi recebido como membro honorário da Academia Brasileira de Música
(2000).
Sofrendo do Mal de Alzheimer, morreu no hospital Santa Isabel,
em São Paulo, no dia 13 de setembro, em conseqüência
de uma pneumonia, onze dias depois de completar 90 anos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário