quarta-feira, 1 de abril de 2015

CATULO DA PAIXÃO CEARENSE

Nasceu em São Luis do Maranhão em 1863 e mudou-se para o Rio de Janeiro, com os pais, em 1888, ainda adolescente, onde trabalhou como joelheiro.

Relacionou-se com músicos (“chorões”) da época, participando da vida boêmia da cidade. De suas composições, o “Luar de Sertão” (1908), com letra de sua autoria, é até hoje peça popular, considerada um verdadeiro hino do sertanejo.  

Atribuem ao poeta a popularização do violão em salões da sociedade de seu tempo e também a reforma da “modinha”. Publicava seus poemas em formato de cordel. Faleceu em 1946.


LUAR DO SERTÃO

(Letra de música)


Não há, oh gente 
oh não, Luar 
Como esse do sertão
Oh que saudade 
Do luar da minha terra 
Lá na serra branquejando 
folhas secas pelo chão
Este luar cá da cidade 
Tão escuro 
Não tem aquela saudade 
Do luar lá do sertão
Não há, oh gente...
Se a lua nasce 
Por detrás da verde mata 
Mais parece um sol de prata 
Prateando a solidão
E a gente pega 
Na viola que ponteia 
E a canção 
É a lua cheia 
A nos nascer do coração
Não há, oh gente...
Coisa mais bela 
Neste mundo não existe 
Do que ouvir-se um galo triste 
No sertão, se faz luar
Parece até que a alma da lua 
É que descanta 
Escondida na garganta 
Desse galo a soluçar
Não há, oh gente...
Ah, quem me dera 
Que eu morresse lá na serra 
Abraçado à minha terra 
E dormindo de uma vez
Ser enterrado 
Numa grota pequenina 
Onde à tarde a sururina 
Chora a sua viuvez
Não há, oh gente...

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