segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

MORRE O POETA DÉCIO PIGNATARI


"Eu não sou quem escreve,/ mas sim o que escrevo:/ Algures Alguém/ são ecos do enlevo." ("Eupoema", 1952).

O poeta, ensaísta e tradutor Décio Pignatari morreu na manhã deste domingo (2/11), aos 85 anos, em São Paulo. Internado no Hospital Universitário da USP desde a sexta (30), ele teve insuficiência respiratória e pneumonia aspirativa (infecção pulmonar).

Pignatari foi um dos principais nomes da poesia concreta, ao lado dos irmãos Haroldo (1929-2003) e Augusto de Campos, 81 --com quem editou a revista "Noigandres", no anos 1950. Também com os irmãos Campos publicou "Teoria da Poesia Concreta", em 1965, "Mallarmagem", em 1971, e "Ezra Pound - Poesia", em 1983, entre outros.

Décio Pignatari


Nascido em Jundiaí, em 1927, Pignatari publicou seus primeiros poemas em 1949 na "Revista Brasileira de Poesia". Em 1950, lança seu primeiro livro de poemas, "Carrossel". Formou-se em direito pela USP, em 1953, e, três anos depois, lançou o movimento da poesia concreta com o grupo Noigandres, a partir da revista publicada em 1952. Em 1956, o grupo publica "Plano-Piloto para a Poesia Concreta". Lançou "Poesia Pois É Poesia" em 1977. Foi colunista da Folha de São Paulo entre 1983 e 1987.

Em 2004, lançou "Céu de Lona", peça tetral sobre mudanças na vida e na obra de Machado de Assis --guiada pelo casamento do escritor, mas exibindo a ruptura que transformou o romântico de "Iaiá Garcia" no ácido romancista de "Memórias Póstumas de Brás Cubas".




Em 2009, foi a vez de "Bili com Limão Verde na Mão", descrito como um livro para todas as idades. Há cerca de um ano, havia voltado a morar em São Paulo, após ter passado pouco mais de dez anos em Curitiba (PR).

Também teórico da comunicação, Pignatari ajudou a fundar a Associação Brasileira de Semiótica, nos anos 1970. Autor de "Informação, Linguagem e Comunicação" (1968), traduziu obras de Marshall McLuhan, como "Os Meios de Comunicação como Extensões do Homem".

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