domingo, 18 de dezembro de 2011

TRIBO SURUÍ E CACIQUE ALMIR SÃO DESTAQUES MUNDIAIS






A tribo Suruí da floresta tropical brasileira está lutando para impedir a destruição de sua terra natal. Mas em vez de arcos e flechas, ela está usando a Internet, GPS e o Google Earth. A seguir ela planeja negociar emissões de carbono.
O cacique Almir Narayamoga Suruí gira o globo diante dele, passando por Copenhague, Bristol e Washington. Ele adora navegar no Google Earth, pulando de um continente para outro. Isso se transformou em um vício. Eu pergunto qual é o interesse dele em Bristol. “Eu não sei”, ele responde. “Estou só olhando.” A Terra virtual diante dele continua girando e finalmente chega ao Brasil, e aqui o cacique de 35 anos, que nasceu no chão de uma cabana na floresta tropical, dá um zoom em um grande triângulo verde cercado por marrom, com as linhas tão nítidas como se desenhadas com uma régua.
“Esta é nossa terra: 2.428 quilômetros quadrados de floresta”, ele diz. Com quase três vezes o tamanho da cidade de Nova York, o triângulo de floresta é lar dos 1.300 membros da tribo Suruí, um dos vários milhares de grupos indígenas que vivem no Brasil. O local é chamado de Terra Indígena Sete de Setembro, o dia em que mundo do homem branco chegou ao dos suruís: 7 de setembro de 1969. Esse primeiro contato provou ser devastador, reduzindo a população de 5 mil para apenas 250 devido à combinação de fome, civilização e, acima de tudo, sarampo. Antes da modernidade entrar em suas vidas, os suruís permaneciam dentro dos limites de sua reserva e praticamente nunca deixavam a floresta.
Quarenta e um anos depois, o cacique Almir está sentado em uma casa verde no local do primeiro contato. Hoje ela fica na periferia da cidade de Cacoal, na Rodovia BR-364, no Estado brasileiro de Rondônia. O cacique é um homem baixinho e atarracado, com olhos pequenos e cheios de vida em uma cabeça que parece um matacão repousando entre seus ombros. Diante dele está um pequeno notebook preto. Atrás dele, na parede, está pendurada uma flecha decorada com penas.
É daqui que ele trava sua batalha contra o desmatamento em sua terra natal. Suas armas são a Internet, o Google Earth e GPS. Ele fala sobre imagens por satélite, sobre o milhão de árvores que ele pretende plantar e sobre os 16,4 milhões de toneladas de dióxido de carbono que pretende vender no mercado global de emissões.
Os suruís em breve serão um dos primeiros povos indígenas que serão pagos pelo mundo para preservar sua floresta. Eles estão sendo orientados por banqueiros de investimento, advogados e administradores. Mas são eles que tomarão suas próprias decisões, em um encontro de 1.300 índios. Almir Suruí acredita que seu povo precisa da modernidade para ajudá-los a manter seu modo de vida tradicional, que esta é a única forma de salvarem sua floresta, sua cultura e sua tribo. Mas por se tratar de uma experiência, o resultado é incerto – tanto para os suruís quanto para o restante do mundo

2 comentários:

  1. sou evangelista da igreja universal e me surpreendi como nunca através da sua historia e serve de espiração para milhares de pessoas, realmente essa foi uma ideia magnifica e o maior exemplo de liderança sobre um povo! parabéns

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  2. espirar = soprar, logo espiração significa sopração; apenas pelo sentido do que está escrito, acredito que quis dizer INSPIRAÇÃO

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