terça-feira, 10 de maio de 2016

CULTURA NACIONAL PERDE ALUISIO PIMENTA


 
Foi sepultado na tarde desta terça-feira (10), em Belo Horizonte (MG), o ex-ministro da Cultura Aluísio Pimenta, que esteve à frente do MinC de 30 de maio de 1985 a 13 de fevereiro de 1986, durante o mandato presidencial de José Sarney. 
 
Em 1945, Aluísio Pimenta formou-se pela Faculdade de Odontologia e Farmácia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), instituição da qual se tornou livre docente dois anos depois e reitor em 1964. Promoveu intensa reforma na Universidade e em seu estatuto, como a criação dos institutos centrais e o fortalecimento do papel do Conselho Universitário. Também investiu em infraestrutura e formação de recursos humanos para pesquisa. Defendeu e lutou pela autonomia universitária.
 
Em fevereiro de 1967, deixou o cargo de reitor da UFMG. Aposentado compulsoriamente pelo AI-5, passou 17 anos fora do Brasil. Nesse período, desenvolveu diversas atividades: inicialmente, professor visitante no Instituto de Educação da Universidade de Londres (Inglaterra), em seguida, contratado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) como especialista setorial para Educação, Ciência e Tecnologia para o Chile e o Peru e, posteriormente, atuou como professor visitante na Universidade Cristã Internacional de Tóquio (Japão).
 
Retornou ao Brasil em 1983, com a redemocratização e, em 1985, tornou-se o segundo ministro da Cultura do Brasil, permanecendo no cargo até o ano seguinte. Em 1991, tornou-se reitor da Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG), com o desafio de concretizar a implantação da universidade, dois anos após a sua criação.
 
Escritor e articulista em jornais de Belo Horizonte, ocupava uma cadeira na Academia Mineira de Letras. Entre suas obras está "Sociedade e atualidade", uma coletânea de artigos publicados, e "Universidade: a destruição de uma experiência democrática", que traz um relato das reformas implementadas na UFMG e freadas pela intervenção do governo militar. É dele a frase "Só a educação fará do Brasil um país fácil de governar, difícil de dominar e impossível de escravizar. Esta é minha convicção".

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