Foi sepultado na tarde desta terça-feira (10), em Belo Horizonte (MG), o
ex-ministro da Cultura Aluísio Pimenta, que esteve à frente do MinC de
30 de maio de 1985 a 13 de fevereiro de 1986, durante o mandato
presidencial de José Sarney.
Em 1945, Aluísio
Pimenta formou-se pela Faculdade de Odontologia e Farmácia da
Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), instituição da qual se
tornou livre docente dois anos depois e reitor em 1964. Promoveu intensa
reforma na Universidade e em seu estatuto, como a criação dos
institutos centrais e o fortalecimento do papel do Conselho
Universitário. Também investiu em infraestrutura e formação de recursos
humanos para pesquisa. Defendeu e lutou pela autonomia universitária.
Em fevereiro de 1967, deixou o cargo de reitor da UFMG. Aposentado
compulsoriamente pelo AI-5, passou 17 anos fora do Brasil. Nesse
período, desenvolveu diversas atividades: inicialmente, professor
visitante no Instituto de Educação da Universidade de Londres
(Inglaterra), em seguida, contratado pelo Banco Interamericano de
Desenvolvimento (BID) como especialista setorial para Educação, Ciência e
Tecnologia para o Chile e o Peru e, posteriormente, atuou como
professor visitante na Universidade Cristã Internacional de Tóquio
(Japão).
Retornou ao Brasil em 1983, com a
redemocratização e, em 1985, tornou-se o segundo ministro da Cultura do
Brasil, permanecendo no cargo até o ano seguinte. Em 1991, tornou-se
reitor da Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG), com o desafio
de concretizar a implantação da universidade, dois anos após a sua
criação.
Escritor e articulista em jornais de
Belo Horizonte, ocupava uma cadeira na Academia Mineira de Letras. Entre
suas obras está "Sociedade e atualidade", uma coletânea de artigos
publicados, e "Universidade: a destruição de uma experiência
democrática", que traz um relato das reformas implementadas na UFMG e
freadas pela intervenção do governo militar. É dele a frase "Só a
educação fará do Brasil um país fácil de governar, difícil de dominar e
impossível de escravizar. Esta é minha convicção".
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