O influente músico congolês Papa Wemba, uma das figuras mais conhecidas
da chamada world music, morreu este sábado à noite, depois de ter tido
um colapso em palco num concerto em Abidjan, na Costa do Marfim. O
músico tinha 66 anos.
O seu verdadeiro nome era Jules
Shungu Wembadio Pene Kikumba e o seu grande mérito foi o de ter fundido
tradições musicais africanas com pop ocidentalizada e influências rock. Figura
reconhecida em África desde 1969, era um dos nomes mais populares do
soukous, género musical derivado da rumba cubana, que surgiu no Congo
nas décadas de 1930 e 1940.
Ao longo dos anos acabou por ser
celebrado em todo o mundo como o “rei da rumba do Congo”, tendo actuado
com celebridades como Stevie Wonder ou Peter Gabriel (fez as primeiras
partes da Secret World Tour em 1993 e Gabriel produziu três discos seus na sua editora, a Realworld), e o seu álbum de 1995, Emotion, foi produzido por Stephen Hague (Pet Shop Boys, New Order).
Foi
co-fundador dos Zaiko Langa Langa em 1970, um grupo no qual permaneceu
quatro anos, e que misturava R&B americanizado com música dançante
do Zaire (actual República Democrática do Congo), tendo lançado vários
êxitos como Pauline, C'est vérité ou Liwa ya somo.
De alguma forma o grupo acabou por marcar a passagem da rumba,
reapropriação de ritmos cubanos por músicos africanos, para o soukous,
influenciado pelo funk e soul.
Depois de ter deixado esse grupo
formou as suas primeiras bandas, Isife Lokole e Yoka Lokole, mas seria
em 1976 que viria a liderar a formação com a qual obteve mais êxito,
Viva La Musica, que construiu a sua reputação com êxitos como Moku nyon nyon, Nyekesse Migue'l ou Cou cou dindon, onde se distinguia a sua voz singular.
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