MAESTRO DANIEL HAVENS E A MÚSICA DE CINEMA
Do concerto organizado pelo Maestro norte-americano, radicado no Brasil, Daniel Havens e que ocorreu dia 14 de abril em Londrina, com a Orquestra Sinfônica da UEL fica no mínimo uma lição cultural : para atrair o grande público aos teatros e praças, é preciso mesclar peças tradicionais e contemporâneas à um repertório mais acessível.
O que aconteceu , no Teatro Ouro Verde, foi simbólico e singular em se tratando de um concerto de temporada da OSUEL: casa lotadíssima e pessoas do lado de fora do teatro, tentando assistir o concerto.
Mas o que poderia ter acontecido? Seria a presença de um músico nascido nos EUA ? A chuva que deu trégua ?
Certamente a escolha do repertório foi decisiva e precisamos mesmo tirar lições de tal feito. Não é defender somente um repertório mais popular, mas saber contemplar os interesses do público: há uma repetição na escolha dos clássicos e românticos quando se trata de orquestras no Brasil e por outro lado, a música moderna e contemporânea afasta a platéia. Entre uma escolha e outra, há o meio termo, a mescla.
Num país absolutamente musical e com uma força tão grande da música popular, pode se aproveitar este potencial e prestigiar compositores de diferentes épocas e estilos, como Luiz Gonzaga, Tom Jobim e Pixinguinha e valorizar o gosto do público. O famoso arranjo de Ciro Pereira" Gonzaguiana" é muito solicitado pelas platéias, bem como os arranjos sinfônicos de Pixinguinha e peças de Jobim, como Sinfonia do Alvorada, Saudade do Brasil e a Suíte A casa assassinada, encantam o público de várias partes do mundo.
E isto pode interagir com o repertório tradicional e com a inclusão de novos autores e obras. O Brasil tem compositores que recentemente faleceram e que precisam ser mais ouvidos, como Camargo Guarnieri, Hans Joachin Koellreutter, Almeida Prado e Henrique de Curitiba.
O concerto de 14 de abril trouxe arranjos de música para cinema feitos por Daniel Havens. Aí estão: A conquista do oeste, Superman, Indiana Jones, Harry Potter e Dança com lobos. A OSUEL esteve em todo o seu potencial: com brilho, pianos e fortes com a força e a riqueza de timbres necessários, ataques perfeitos e os músicos satisfeitos com o resultado. Como disse: casa lotada com pessoas e crianças sentadas no chão e os músicos aplaudidíssimos.
Aplausos para o talentoso Havens, para a OSEUL, para a Universidade Estadual de Londrina e para a cidade de Londrina. O público sabe o que é bom! O público sabe o que quer!
Aldo Moraes
composermoraes@hotmail.com
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