PETER MIEG E O ESTILO NEO-CLÁSSICO
Mas sua obra é vasta e de muita qualidade. Num século, marcado por experimentalismos e vanguardas, o compositor suíço optou pela renovação do classicismo, que sugere um equilíbrio entre temas, entre os instrumentos e na retórica sonora de dualidades e confrontos.
Ouço bastante as peças de Mieg para orquestra de cordas, cordas solos ( violino e violoncelo) com orquestra de câmara e orquestra sinfônica e ultimamente tenho me deleitado com seus 2 concertos para piano e orquestra. Estas obras ( de que tenho a gravação e as partituras) foram re-lançadas pela Fundação que leva seu nome em CD, cuja matriz original é de 1967.
A música de Peter Mieg é refinada, elegante, com temas bem construídos e adiante, bem resolvidos ( melódica e harmonicamente). Lembram muito suas próprias aquarelas que são de uma simplicidade e beleza encantadoras, mas que surpreendem por um detalhe de traço ou cor. A música de Mieg é também surpreendente, mas sobretudo uma renovação do classicismo ( o chamado neo classicismo, que os russos Igor Strawinski e Sergei Prokofiev também adotaram) com a inclusão de elementos do jazz, da atonalidade circunstancial e passageira, de resoluções intermediarias e finais inovadoras e da utilização inusitada de instrumentos da palheta orquestra.
Talvez isto explique a juventude da obra de Mieg, que pertence à um outro tempo, mas que soa fresca e renovada aos ouvidos do século XXI e que permanecerá como a bem resolvida visão moderna sobre o tempo de Haydn, Mozart e Beethoven. O 1º Concerto para piano e orquestra é de 1947 e o segundo, data de 1961.
Ainda não conhecida no mundo, a música de Peter Mieg precisa de urgente avaliação, pois é muito superior à experimentações vagas do século que passou e como poucos, colabora para a entrada de novatos no universo erudito. Mieg é um grande compositor e escreveu para as mais diversas formações.
Aldo Moraes
composermoraes@hotmail.com
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