sexta-feira, 22 de outubro de 2010




PELÉ

E uma vez que não o veja
Quando entrega-me teu peito
Na turba acesa de um tempo
Em que o pé é o corpo todo


Em que cala-se ou vibram
O mesmo povo ao tempo
Da habilidade na jogada
Anterior ou no próximo minuto


E outra vez, pode ser que veja
Porque quem sente mais
É resultado do que escrevo :
O sofrido coração ou a mente
Que não pensa ...


E é um tempo que imagino
E nem posso crer que é real
Pois aquele terrível menino
Mais parece dois, ou três, além do normal.


Mas enforca-lhes o tempo
E não sorri o adversário
Dando asas, me conduz, a doce
Voz que embala este canário.


E o tempo se-lhe mostra que é real
Realeza, mais nobreza, é um rei, é imortal !

( Poema de Aldo Moraes, dedicado aos 70 anos de Edson Arantes do Nascimento, o imortal Pelé, comemorados em 23 de outubro de 2010 )

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