segunda-feira, 28 de junho de 2010





TRÊS NOMES E UM PAÍS



Os nomes do alemão Claus Ogerman e dos cariocas Paulinho da Costa e Sérgio Mendes estão interligados pelos grandes serviços prestados na produção e divulgação da música brasileira. Um é arranjador dos mais requisitados, o outro é instrumentista indispensável no jazz, MPB, pop internacional, trilhas sonoras de Hollywood e grandes nomes da canção norte-americana e o terceiro nome é pianista, compositor e band leader de sua própria banda. Considero fundamental a colaboração de décadas destes três músicos na ampla divulgação da música brasileira e seus nomes mais talentosos, dos tradicionais aos mais recentes.

Então vamos conhecer um pouco mais estes músicos ...


CLAUS OGERMAN

Claus Ogerman nasceu com o nome Klaus Ogermann em Ratibor, Prússia (na época um Estado alemão - hoje Racibórz na Polônia). O nome Claus Ogerman ele se deu mais tarde nos Estados Unidos da América. Ogerman iniciou a sua carreira com o piano. Ele é certamente um dos maiores arranjadores do século XX e tem estado presente nos principais sucessos do Rock, Pop, Jazz, R&B, Soul, Easy listening, Broadway e música clássica.
Na década de 1950, Ogerman trabalhou na Alemanha como arranjador e pianista com Kurt Edelhagen, Max Greger e Delle Haensch. Um fato interessante a mencionar desse período é que Claus (então Klaus) também participou algumas vezes como vocalista e gravou diversos EPs em 45 rpms sob o pseudônimo de "Tom Collins", fazendo dueto com Hannelore Cremer - e também gravou um vocal solo com o Delle Haensch Jump Combo. Em outubro de 1959 emigrou para os Estados Unidos da América e se juntou ao produtor musical Creed Taylor da Verve Records.

Conhece Quincy Jones, então chefe de A&R da Mercury Records, que o incumbe de vários arranjos, entre eles em 1963 o hit "It's my party", de Lesley Gore. Rapidamente faz um nome como arranjador trabalhando nos vinte anos seguintes com várias estrelas da música pop, desenvolvendo e consolidando o seu estilo próprio, usando elementos da música clássica. Com a chegada da Bossa Nova, encontra Antônio Carlos Jobim, com o qual desenvolve um longo trabalho. Entre 1959 e 1979, trabalha com vários músicos, como arranjador e produtor, entre eles Stan Getz, Astrud Gilberto, João Gilberto, Bill Evans, Wes Montgomery, Cal Tjader, Oscar Peterson, Stanley Turrentine, George Benson, Frank Sinatra, Barbara Streisand, Sammy Davis Jr.

A Verve foi vendida para a MGM em 1963. Claus Ogerman, admite na publicação Jazzletter de Gene Lees, que arranjou cerca de 60 a 70 álbuns para a Verve sob a direção de Creed Taylor de 1963 a 1967. Em 1967 ele se junta a Creed Taylor na gravadora A&M/CTi.

Em 1979, retira-se do mercado comercial de música, dedicando-se à composição e ao arranjo de peças clássicas. Nesta época criativa, ele rejeita trabalhos de nomes importantes tais como Prince, Ella Fitzgerald, Dee Dee Bridgewater, Wynton Marsalis e Tony Bennett.

Somente em 2001 ele volta ao mercado comercial, trabalhando para a pianista de jazz canadense Diana Krall em seu álbum The Look of Love, e regeu a orquestra em seu DVD "Live in Paris".

Foi nomeado dezesseis vezes para o Grammy, ganhando o troféu por seu arranjo para o tema de George Benson "Soulful Strut".

Ogerman fez os arranjos e regeu a orquestra em Francis Albert Sinatra & Antonio Carlos Jobim (1967), a primeira de duas gravações que Frank Sinatra fez com Jobim. Ogerman fez também os arranjos e regeu a orquestra em The Composer of Desafinado, Plays de Jobim (1963), A Certain Mr. Jobim (1965), Wave (1967), Jobim (1972), Urubu (1976) e Terra Brasilis (1980), no qual ele também tocou piano. Nos álbuns Jobim e Urubu, Ogerman foi também o produtor.




PAULINHO DA COSTA

Paulo Roberto da Costa, conhecido como Paulinho da Costa (Rio de Janeiro, 31 de maio de 1948) é percussionista e se tornou um do músicos mais requisitados nos estúdios de gravações em Los Angeles, no estado da Califórnia.

Tocando mais de 200 instrumentos de percussão, Paulinho participou em milhares de gravações, em álbuns vencedores do Grammy Awards, em canções que atingiram as paradas de sucesso, em trilhas sonoras de filmes, em comerciais para TV e rádio. Ele trabalha com uma grande variedade de gêneros musicais, incluindo blues, country, Easy Listening, disco, gospel, hip-hop, jazz, latino, MPB, R&B, rock, soul e world music.
Da Costa participou do disco USA for Africa e alguns dos artistas com quem gravou e tocou : Ahmad Jamal, Air Supply, Al Jarreau, Andrea Bocceli, Aretha Franklin, B. B. King, Babyface, The Bangles, Barbra Streisand, Barry Manilow, Barry White, Madonna, Michael Jackson, Diana Krall, Diana Ross, Djavan, Dizzy Gilespie, Dori Caymmi, Eagles, Edu Lobo, Ella Fitzgerald, Elton John, George Benson, Henry Mancini, Henri Salvador, Herb Alpert, Herbie Hancock, João Bosco, João Gilberto, Joan Baez, Ivan Lins, Júlio Iglesias, Joe Sartriani, Lionel Richie, Liza Mineli, Natalie Cole, Nazareth, Neil Diamond, Prince, Peter Cetera, Phil Collins, Slash, Sting, Sarah Vaughan, Tracy Chapman, Whitney Houston, Will Downing, Willie Nelson, Quincy Jones e outros.
Discografia ( www.paulinho.com )
 Agora (Pablo Records Original Jazz 1976)
 Happy People (Pablo 1979)
 Tudo Bem! (Pablo 1982)
 You've Got a Special Kind of Love (Pablo 1984)
 Sunrise (Pablo 1984)
 Breakdown (A & M 1987)
 Real Love (A & M 1991)


SÉRGIO MENDES ( www.sergiomendesmusic.com )

Sérgio Santos Mendes nasceu em Niterói, estado do Rio de Janeiro, em 11 de fevereiro de 1941.
Sérgio Mendes começou com o Sexteto Bossa Rio, gravando o disco "Dance Moderno" em 1961.

Viajando pela Europa e Estados Unidos, gravou vários álbuns com Cannonball Adderley e Herbie Mann, chegando a tocar no Carnegie Hall.

Mudou para os EUA em 1964 e produziu dois álbuns sob o nome de "Brasil '64", com a Capitol Records e a Atlantic Records.

Foi nos EUA que começou o grupo Sérgio Mendes & Brasil 66, alcançando sucesso ao lançar a canção Mas que nada, de Jorge Ben Jor, em versão bossa nova.

Passou longo tempo no ostracismo, lançando discos que tiveram pouco sucesso comercial. Seu reencontro com o grande público se deu em 1984, com o lançamento do disco e sucesso Never gonna let you go, chegando a quarto lugar nas paradas. Pouco depois lançou o álbum Confetti, contendo entre outras músicas Olympia, feita para as Olimpíadas de 1984 em Los Angeles.
Nos anos 90, criou a banda Brasil 99, com a qual gravou o disco Brasileiro, que, além de levá-lo de volta às paradas de sucesso, lhe rendeu o Grammy de 1993 na categoria World Music. Tem mais de trinta discos lançados, e o mais recente deles conta com participações especiais de, entre outros, Stevie Wonder e Black Eyed Peas.

Discografia
 Dance moderno (1961)
 Quiet nights (1963)
 Você ainda não ouviu nada. Sergio Mendes & Bossa Rio (1963)
 The swinger from Rio (1964)
 Bossa Nova York. Sergio Mendes Trio (1964)
 Cannonbal's bossa nova with Bossa Rio (1964)
 In person at El Matador-Sergio Mendes & Brasil' 65 (1964)
 Brasil' 65. Wanda de Sah featuring The Sergio Mendes Trio (1965)
 The great arrival (1966)
 Herp Albert presents Sergio Mendes & Brazil' 66 (1966)
 Equinox-Sergio Mendes & Brasil' 66 (1967)
 Sergio Mendes favourite things (1968)
 Look around-Sergio Mendes & Brasil' 66 (1968)
 Crystal illusions-Sergio Mendes & Brasil' 66 (1969)
 The fool on the hill-Sergio Mendes & Brasil' 66 (1969)
 Ye-me-lê. Sergio Mendes & Brazil' 66 (1970)
 Live at Expo' 70. Sergio Mendes & Brazil' 66 (1970)
 Stilness-Sergio Mendes & Brasil' 66 (1971)
 País tropical-Sergio Mendes & Brazil' 77 (1971)
 Raízes-Sergio Mendes & Brazil' 77 (1972)
 Love music-Sergio Mendes & Brasil' 77 (1973)
 In concert-Sergio Mendes & Brasil' 77 (1973)
 Vintage 74-Sergio Mendes & Brasil' 77 (1974)
 Sergio Mendes (1975)
 Homecooking-Sergio Mendes & Brasil' 77 (1976)
 Sergio Mendes & and the new Brasil' 77 (1977)
 Brasil 88 (1978)
 Pelé-trilha sonora do filme (1978)
 Magic lady (1979)
 Horizonte aberto (1979)
 Sergio Mendes (1982)
 Confetti. Opus (1985)
 Brasil 86 (1986)
 Arara (1989)
 Brasileiro (1992)
 Oceano (1996)
 Timeless (2006)
 Encanto (2008)

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