O
distrito de Queimado era um pequeno porto comercial no qual chegavam
muitos carregamentos de café e outros alimentos provindos da cidade de
Santa Leopoldina.
Aproveitando-se disso, o vigário chamou pobres e ricos, brancos e pretos para ajudarem na construção de seu templo, carregando nos ombros pedras, areia e madeiras. Mas para isso, fez uma promessa especial ao negros: no dia da inauguração da obra, os escravos que o tivessem ajudado receberiam a carta de alforria.
Entusiasmados
com tamanha dádiva que receberiam, os escravos trabalharam dedicados,
movidos pelo cântico da liberdade. Durante um ano, aos domingos, noites
de luar e nas horas de folga lá estavam eles, erguendo as estruturas de
seus próprios sonhos: a liberdade.
No
entanto, ao chegar o dia da inauguração do templo, 19 de março de 1849,
após ouvirem com grande ânimo a missa do frade, os escravos esperavam o
cumprimento da promessa. Mas o sonho lhes foi negado.
O
fato demonstrou uma forte organização dos escravos que mesmo subjugados
ao domínio dos brancos, reagiu e exigiu aos gritos a tão sonhada
liberdade. A Revolta do Queimado durou até a prisão de Elisiário, um dos líderes do Movimento, cinco dias depois de seu início.
Em
2 de junho de 1849, o júri sentenciou à forca cinco dos líderes da
revolta, absolveu seis e condenou 25 à açoites, faltando quatro
foragidos a serem julgados. Um dos líderes, Chico Prego, não temia a
morte, pois dizia que não cometera crime algum. Atribuía como culpado
pela sua desgraça o Reverendo Gregório de Bene por prometer liberdade
logo após a conclusão da igreja. Chico Prego foi executado no dia 11, no município da Serra
Nenhum comentário:
Postar um comentário