O poeta e arquiteto espanhol Joan Margarit faleceu nesta terça-feira, 16, aos 82 anos, dois meses depois de ter recebido pessoalmente o prestigioso Prêmio Cervantes 2019.
O prêmio estava marcado para abril, mas foi adiado pela pandemia de coronavírus até o final de dezembro, quando o rei Felipe VI viajou a Barcelona para entregá-lo pessoalmente.
A entrega, realizada de forma quase secreta, foi uma das últimas aparições públicas de Margarit, igualmente vencedor de importantes prêmios como o Rainha Sofia de Poesia Ibero-americana ou, no campo da literatura catalã, o Carles Riba.
O poeta catalão é autor de uma importante obra, que inclui títulos como Estación de Francia (1999), Joana (2002), Misteriosamente feliz (2008) ou Para tener casa hay que ganar la guerra (2018).
O último título é uma autobiografia em prosa sobre a infância e a juventude do autor, nascido em 1938 na cidade catalã de Sanaüja, no sopé dos Pirenéus, durante a Guerra Civil Espanhola (1936-1939).
Em 2018, a editora Austral lançou uma versão bilíngue de suas obras completas, Todos los poemas (1975-2015), de quase mil páginas. Além disso, possui uma antologia de sua obra em inglês, Tugs in the Fog.
Professor de cálculo estrutural na Escola de Arquitetura de Barcelona, Margarit praticou arquitetura por décadas.
Trabalhou num atelier de Barcelona que, entre outros, participou na concepção, cálculo e gestão da construção do templo da Sagrada Família, do célebre Antonio Gaudí.
A sua obra poética começou em espanhol, num contexto de repressão ao catalão durante a ditadura de Francisco Franco (1939-1975), mas a partir dos anos 1980 começou a criar na sua língua materna, embora mais tarde tenha traduzido as suas obras para o espanhol.
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