Recentemente, no dia 27 de junho, a cordelista sergipana Izabel Nascimento ministrou a primeira palestra do III Encontro de Cordelistas da Paraíba, um evento virtual. Na ocasião, ao tratar do tema “O cordel como ferramenta de transformação social”, a artista fez um recorte histórico para denunciar o traço forte do machismo que também ocorre nesse gênero literário. A intenção era vislumbrar mudanças numa poesia que ainda não reconhece, não valoriza nem sequer respeita o papel e o protagonismo da mulher cordelista.
Conforme Izabel, durante o momento formativo já era possível perceber resistência à temática em algumas intervenções feitas por quem estava assistindo. Contudo, foi num grupo de WhatsApp e numa publicação no Facebook, na semana subsequente à palestra, que um grupo de poetas cordelistas resolveu polemizar o assunto, não apenas expondo e atacando virtualmente a artista, mas também julgando, questionando e agitando pautas hipotéticas sobre a vida, formação e atuação dela na seara do cordel.
Assim nasceu a campanha #cordelsemmachismo, atualmente formada por um grupo denominado Movimento das Mulheres Cordelistas contra o Machismo. No momento, são mais de 70 coletivos de diversos estados do Brasil aliados à causa, totalizando cerca de 1.500 mulheres unidas.
Devido ao crescimento da iniciativa, a organização já articulou um ciclo de reuniões setoriais por Estado – algumas, inclusive, já se efetivaram. O propósito dos encontros é unir algumas ideias iniciais às demandas específicas de cada região, visto que, apesar de muitas pautas parecidas, há também diferenças, e pretende-se ouvir e contemplar todas.
Além disso, o movimento conta com página oficial no instagram https://www.instagram.com/cordelsemmachismo/ onde, em breve, será lançada uma agenda de ações e um cronograma, ainda em construção. As participantes, porém, adiantam que haverá a publicação de um Manifesto do movimento e realizarão o I Festival Brasileiro de Mulheres Cordelistas, evento online que ocorrerá ainda neste semestre.
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