sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

O TEMPO MÁGICO DE PERI RIBEIRO



No final dos anos 90, Emílio Santiago fez um maravilhoso disco-tributo com canções imortalizadas pela voz aveludada e o charmoso piano de Dick Farney. Mas este disco poderia ser um tributo ao cantor Peri Ribeiro, que nos deixou nesta manhã.

Bem que foi mesmo uma manhã triste...

Manhã sem charme e silenciosa em que a voz do Brasil, partiu...

O disco feito por Emílio poderia ser tributo a Peri, porque ali está toda a essência deste grande cantor, filho de duas estrelas de primeira grandeza da MPB: Dalva de Oliveira e Herivelto Martins: a voz bossa nova, o suingue, a elegância, a dicção perfeita e os arranjos com cordas e sopros que aparecem sem encobrir violões e a discreta percussão.

Peri pertence à geração dos grandes cantores em que a voz era o principal nos shows e espetáculos, o tempo em que os grandes intérpretes conviviam e se alimentavam na fonte de grandes produtores, compositores, escritores, homens de idéias.

Peri foi embaixador do melhor da nossa cultura no exterior, esta mistura e diversidade únicas que elevaram nossa canção ao nível de grandes temas instrumentais e que sempre despertaram a atenção de norte-americanos e europeus. O primeiro intérprete de Garota de Ipanema cantava. E cantava muito, celebrando as melodias e letras como quem salva a alma naquele instante único do ser.

Que o Brasil ainda o reconheça como parte de seu cotidiano que nos afaga e nos torna melhores.

Aldo Moraes
composermoraes@hotmail.com

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