Mestre Miguel Ferreira, Rei da Congada da Lapa Ferreira, expressão cultural ícone da ancestralidade paranaense faleceu por infarto. A Congada da Lapa Ferreira é a única manifestação do gênero no estado.
Coroado Rei junto de seu irmão, o embaixador Ney Manoel Ferreira, Mestre Miguel Ferreira foi herdeiro de uma tradição iniciada pelo seu bisavô, primeiro guardião do livro que descreve todo o ritual da Congada. A própria história de como o livro chegou aos Campos Gerais é tão folclórica quanto a narrativa apresentada pela Congada - envolve um misterioso gaúcho que teria a missão de espalhar o ritual no Sul do Brasil e encontrou na Lapa e na Família Ferreira os receptáculos ideais para estabelecer a tradição.
Hoje, o livro é guardado com todo o cuidado pela Família Ferreira, tratado como um tesouro familiar. A partir dele se desenvolve a Congada, misto de performance teatral e cerimônia religiosa, que narra um mal entendido entre o Rei do Congo e o embaixador que represente a Rainha Ginga, de Angola. Papéis, evidentemente, dos irmãos Ferreira.
A tradição familiar levou Mestre Miguel ao domínio da arte. Sua primeira participação no Congado foi no ano de 1962, aos seis anos de idade. Desde então, nunca mais parou de estudar e se aperfeiçoar na arte.
Em 2013 Mestre Miguel Ferreira recebeu o merecido reconhecimento nacional com o prêmio Culturas Populares do Ministério da Cultura. A inscrição foi apoiada diretamente pelo Departamento de Cultura da prefeitura da Lapa, como parte do projeto de valorização reconhecimento do patrimônio imaterial lapeano.
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