FALA
PROFESSORA: EDUCAÇÃO EM TEMPOS DE PANDEMIA
Cássia Kanarski Campanini
Professora
Alfabetizadora
Acadêmica
do 4º ano de Pedagogia
Universidade
Estadual de Londrina - UEL
Ao
tratarmos da atual situação a qual as sociedades foram expostas, pode-se dizer
que inúmeras mudanças foram provocadas pelo novo coronavírus que de forma
devastadora, atingiu todos os segmentos, como a economia, a política, as
relações sociais e consequentemente, a educação.
A nova pandemia foi a responsável
por mudanças repentinas nos modelos de ensino, onde profissionais da educação
se encontraram diante de imposições tecnológicas implementadas pelo governo,
afim de dar continuidade a uma educação remota, utilizando-se de ferramentas
pouco eficientes, uma vez que, professores e estudantes foram apresentados a tais
recursos sem preparação prévia para dar funcionalidade a este modelo, pois,
sabemos que, além dessas condições precárias do ensino a distância em um país
como o Brasil, onde se evidencia que uma parcela reduzida da população tem
acesso a esse modelo de ensino. O processo de ensino-aprendizagem acontece pela
relação direta estabelecida entre professor-aluno no ambiente físico da sala de
aula, que permite uma maior interação com criação de vínculos afetivos, emocionais
e sociais, fatores estes, que influenciam diretamente a vida dos estudantes,
pois a transmissão de conhecimento ocorre através das relações humanas que
preparam os indivíduos para viver em sociedade.
O modelo de ensino a distância (EAD)
tem sua funcionalidade estabelecida a partir da autonomia de cada estudante,
que deve possuir maturidade para a garantia de plena aprendizagem. Em um
segmento real, que foge do que é posto na mídia pelas instituições
governamentais, a fim de tranquilizar uma parcela da população que não conhece
a realidade de uma sala de aula, a educação remota não abrange todos os
estudantes, uma vez que, crianças englobadas na educação infantil e no ensino
fundamental, necessitam da mediação de um professor, já que este, ao longo de
sua formação acadêmica obteve preparação para transmitir conhecimentos que
garantam o desenvolvimento integral de um indivíduo que atuará e influenciará
diretamente e ativamente a sociedade da qual se encontra inserido. Além do
fator social, onde alunos da escola privada desfrutam integralmente do acesso
as condições tecnológicas em um ambiente familiar favorável ao desenvolvimento
do ensino, por outro lado, evidenciamos os alunos das escolas públicas de um
país onde a educação nunca foi prioridade, o que acarretou a falta de acesso
com qualidade a estas mesmas ferramentas, criando um ambiente frustrante para
profissionais das instituições, estudantes e também para as famílias.
O
pouco acesso que atinge alguns alunos, ocorre através da mediação e do trabalho
incansável de docentes, diretores e pedagogos, que extrapolam suas cargas
horárias de trabalho, com o objetivo único e claro de alcançar seus estudantes.
E, mesmo com todo o esforço, ainda presenciamos o descaso por parte de uma
sociedade que culpabiliza os profissionais pelo ensino falho. Mas, como
desenvolver um trabalho digno e de qualidade se as ferramentas não são
disponibilizadas a nossos educadores e educandos?
Tal
questionamento, assim como tantos outros que estão relacionados a educação,
ainda são incógnitas que não foram respondidas pelo sistema de ensino, pois
este não se consolida nas gestões das políticas educacionais, fator evidenciado
pela falta de comprometimento de um estado que disponibilize um ensino de
qualidade, já que, os interesses dos governantes, prezam pela teoria de que
todos os recursos funcionam, e não pela prática que garantam essa
funcionalidade.
Não
voltaremos a normalidade, aprendemos que a história não retrocede, mas em
tempos como este, devemos ser capazes de criar empatia pelo outro, ser
solidário e aprender que o egoísmo distancia, devemos voltar diferentes. A
grande lição é a de que devemos voltar a ser “humanos”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário