Formado em Música pela UEL, Leopoldo Nantes é músico, guitarrista, violonista e professor. Deu seus primeiros passos na música influenciado por familiares e pelas bandas de rock da década de 1990. A partir do ano 2000 envolveu-se com bandas de rock cover da região. Atualmente, é orientador de música no Sesc Cadeião Cultural. Tem 2 CDs solos e 1 gravado com Tiago Mayer (farofa duo).
a) Olá Leopoldo,
conte um pouco sobre sua infância
Tive uma infância comum, gostava de
brincar na rua, adorava desenhos japoneses e coisas do gênero, amigos de
bairro, coisa de cidade pequena, foi uma infância bacana.
b) Em que
momento você se interessa por música? Como foi o inicio?
A música
sempre esteve presente no meu cotidiano, minha mãe sempre cantou no coro da
igreja e ouvia muitos discos, minha irmã tocava órgão eletrônico. Mas foi pela
influência de alguns amigos de escola que me interessei pelo rock e
consequentemente por tocar um instrumento.
c) Você tem um trabalho autoral bem interessante.
Fale um pouco .
Após um tempo me dedicando mais ao violão, tanto
pela faculdade, quanto pelo Farofa Duo (duo de violões com Tiago Mayer que esteve
em atividade até 2012), voltei a me interessar pela guitarra elétrica e voltei
a compor mais com ela. Desde então vim colecionando composições que foram
compiladas no meu primeiro solo lançado no final de 2017.
E mais recentemente
lancei um novo EP com 5 músicas inéditas intitulado PORTRAITS OF A FORGOTTEN
LAND (retratos de uma terra esquecida), o conceito desse disco é que cada uma
dessas composições ilustrasse através da escuta 5 momentos que eu subjetivamente
julguei terem sido cruciais para nós brasileiros nos últimos anos,
principalmente no que diz respeito ao panorama político e social do nosso país,
culminando já no período da pandemia, quando o disco foi finalizado. O disco
possui também 2 faixas bônus que haviam ficado de fora do primeiro disco (As it
is now)
d) Fale um
pouco do educador musical.
Tenho a impressão que o ofício de professor caiu no
meu colo..kkk, digo isso porque a atividade de dar aulas de música teve início
muito cedo na minha vida, e de forma muito natural, comecei a dar aulas de
violão para minha irmã, para os amigos da rua e da escola aos 15 anos, e quando
percebi estava vivendo disso. É engraçado porque sempre pautei meu estudo
musical orientado pelo que julgava ser importante conhecer e melhorar para atender
meus alunos, então parece que a verve de educador sempre esteve presente.
Após
estudar mais e ter cursado a Universidade de música, pude ter contato com
estratégias e teorias mais específicas acerca da educação musical, mas dou
muito valor ao conhecimento empírico, a prática ensina muito. A educação
musical continua sendo minha principal atividade, hoje trabalho boa parte do
tempo como orientador de atividades musicais no Sesc Cadeião Londrina.
e) Quais seus músicos e bandas preferidos?
Sempre difícil responder isso..kkk.
Continuo apaixonado pelas bandas de rock inglesas do início dos anos 70, que me
influenciaram a tocar um instrumento: Black Sabbath, Deep Purple, Led Zeppelin.
Mais tarde me senti atraído pelo rock progressivo e instrumentistas com
influências clássicas como: Yes, Jethro Tull, Genesis, Frank Zappa e com a faculdade pude ter mais contato com o
repertório brasileiro para violão, o jazz, o fusion e a música mais
contemporânea no geral. Pat Metheny, Chick Corea, Paco de Lucia, Guinga, instrumentistas
desse tipo foram nomes que tive contato mais próximos ao período que cursei a
graduação, mas que sem dúvidas mudaram minha música de forma radical.
f)
O blog que está te entrevistando é realizador do
batuque na caixa, um projeto que ensina música, teatro e literatura para
crianças, adolescentes e jovens na periferia de Londrina, Cambé, Bauru e
Indiaroba. Que recado você pode deixar a estes alunos?
Posso
afirmar que a música é um caminho, um
ofício, uma profissão, dedique-se a ela e certamente terá uma companheira pra
todas as horas, a música é alimento pra alma, aproveitem a oportunidade que
lhes foi dada e descubra nisso uma trilha que irá levá-lo a lugares e pessoas,
ela traz consigo muita coisa boa. Gosto de uma frase “a arte é a confissão de
que a vida não basta”
g) Como é sua
relação com outras artes?
Sempre adorei desenho, e achava que desenhava bem,
até ver um amigo meu desenhar na adolescência, fiquei impressionado e descobri
que era melhor eu tocar violão..kkk. Mas gosto de apreciar, trabalho num
ambiente que tem exposições que são trocadas quase todo mês, então temos
contato com muitos trabalhos diariamente.
O teatro apesar de frequentar menos,
também gosto, aprecio mais aqueles que são menos auto-explicativos e que me
deixam com a pulga atrás da orelha quando vou embora. A poesia confesso que não
é meu forte, sou um leitor muito casual e geralmente de literatura, coisas
técnicas ou biografias, mas respeito e admiro.
Tenho
alguns trabalhos onde pude flertar mais diretamente com outras artes como foi o
caso do espetáculo musical “Naquele Tempo” que co-escrevi o roteiro e foi
apresentado na Fundação Cultural de Cambé no ano de 2013, compus algumas
trilhas para curtas-metragens do amigo Wilson Inacio, e para um espetáculo de
dança apresentado na França (Le Jeune Prince) dirigido pela amiga Murielle
Datola, e também já compus uma trilha para um cd de poesias declamadas que
sairá junto com o livro de uma poetisa paranaense chamada Eliane Negrão, esse
foi um trabalho muito interessante e intrigante, gravado também no meu estúdio.
h) Agradecemos
a gentileza da entrevista. Deixamos o espaço aberto para que você mande um
recado aos nossos leitores e deixe seus contatos nas redes sociais e seus
discos nas plataformas digitais
Atravessamos
um momento delicado agora, a falta de perspectiva e as mudanças repentinas
pelas quais nossas vidas passaram nos últimos meses foram inimagináveis
outrora. Portanto acredito que novos tempos estão por vir, tento ver isso com
otimismo, certamente não seremos os mesmos, mas o tempo que estamos passando
isolados certamente estão servindo para reflexão, auto-conhecimento,
aproximação, e até auto-avaliação, uma vez que estávamos levando a vida quase
de forma automática, não sei se as coisas irão mudar da água pro vinho depois,
mas é certo que iremos lembrar de tudo isso pra sempre. Seguimos fazendo o que
mais amamos seja lá de que forma.
Agradeço
ao Aldo pelo espaço, podem me encontrar em todas as redes sociais, movimento
quando posso meu canal do YouTube (Leo Nantes), meus discos estão no Spotify,
Deezes, iTunes, etc.
Tem também meu site
onde se encontra link pra todos os trabalhos www.leonantes.com.br
Abraço a
todos
O jornalista Aldo Moraes (MTB 0010993 )
entrevistou Leopoldo Nantes
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