O escritor Philip Roth, um dos ícones da literatura dos Estados Unidos
na segunda metade do século XX, morreu nesta terça-feira (22), aos 85
anos.
O premiado romancista de mais de 30 livros morreu em um hospital em
Nova York de insuficiência cardíaca, informou o seu agente literário,
Andrew Wylie. Roth conquistou praticamente todos os prêmios literários
relevantes em mais de 60 anos de carreira. Morreu, no entanto, sem o
Prêmio Nobel de Literatura, para o qual foi considerado favorito em
diversas ocasiões.
Nascido em 1933 na cidade de Newark, Nova Jersey, em uma família
judaica, Roth teve sua obra associada a esta comunidade. Muitos de seus
romances refletem as questões de identidade dos judeus dos EUA, o que o
vincula a outros autores como Saul Bellow, laureado com o Nobel de
Literatura de 1976, e Bernard Malamud.
Roth era ateu e se considerava antirreligioso. Seus relatos
provocadores sobre a moral pequeno burguesa judaico-americana, sátiras
políticas, reflexões sobre o peso da história, ou mais recentemente
sobre o envelhecimento, ficam com frequência na fronteira entre a
autobiografia e a ficção.
Ele é conhecido sobretudo por seus romances, embora também tenha
escrito contos e ensaios. É dono de um estilo realista, direto e
irônico. Parte da sua obra explora a natureza do desejo sexual e a
autocompreensão.
A marca registrada da sua ficção é o monólogo íntimo “O complexo de
Portnoy”, livro que lhe rendeu fama mundial. Nele, o jovem protagonista
fala ao seu psicanalista, sem qualquer reserva, sobre a sua obsessão
pela masturbação e o relacionamento com a mãe possessiva, os Estados
Unidos e o judaísmo.
Pouco antes de morrer, o escritor se dedicava à produção da sua biografia, que está sendo escrita por Blake Bailey.
Além do "Complexo de Portnoy", entre as suas obras mais conhecidas,
estão a coleção de contos “Goodbye, Columbus” (1959) e a trilogia
americana, publicada na década de 1990, composta por “Pastoral
americana” (1997), “Casei com um comunista” (1998) e “A marca humana”.
PRINCIPAIS PRÊMIOS:
- 1960: National Book Award, por "Adeus, Columbus"
- 1987: National Book Critics Circle Award, por "O avesso da vida"
- 1991: National Book Critics Circle Award, por "Patrimônio"
- 1994: PEN Faulkner, por "Operação Shylock"
- 1995: National Book Award, por "O Teatro de Sabbath"
- 1998: Prêmio Pulitzer de Ficção por “Pastoral americana”
- 2001: Prêmio Franz Kafka
- 2001: PEN Faulkner, por "A marca humana"
- 2006: PEN/Nabokov
- 2007: PEN Faulkner, por "Homem comum"
- 2011: Prêmio Internacional Man Booker
- 2012: Prêmio Príncipe das Astúrias de Literatura
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