Maria Ruth dos Santos Escobar nasceu no Porto, em Portugal, em 1936, e se mudou para o Brasil em 1951. Ela foi uma das mais notáveis personalidades do teatro brasileiro, empreendedora de muitos projetos culturais, especialmente comprometidos com a vanguarda artística.
Ruth Escobar montou a companhia Novo Teatro, com o diretor Alberto
D'Aversa, e protagonizou peças escritas ou dirigidas pelo marido, Carlos
Henrique Escobar. Ela foi a estrela de espetáculos como "Antígone
América" (1962), "Mãe Coragem e Seus Filhos", de Bertolt Brecht, em
1960, e "Males da Juventude", de Ferdinand Bruckner, em 1961, ambas
dirigidas por D'Aversa.
Em 1964, passou a investir mais no teatro popular, transformando ônibus
em palcos e levando peças para várias regiões de São Paulo, no projeto
Teatro Popular Nacional. Na década de 60, produziu peças como "Júlio
Cesar", de William Shakespeare.
Nos anos 70, produziu peças como "Missa Leiga", de Chico de Assis, com
direção de Ademar Guerra, em 1972. A montagem causou polêmica por ter
sido proibida de utilizar a Igreja da Consolação como palco e acabou
sendo encenada em uma fábrica.
Nos anos seguintes, ela se dedicou ao Centro Latino-Americano de
Criatividade e ao Festival Internacional de Teatro, em São Paulo. Outra
iniciativa de Ruth foi a Feira Brasileira de Opinião, em 1976, com
espetáculos dos mais importantes dramaturgos da época. O evento foi
"interditado" pela censura.
Em 1977, ela voltou a atuar. Ela interpretou Ilídia de "A Torre de
Babel" e trouxe a São Paulo o autor Fernando Arrabal para dirigi-la.
A lista de peças ganha novos capítulos com "Caixa de Cimento", quando
foi dirigida por Juan Uviedo, e "Fábrica de Chocolate, peça que ela
produziu a partir de texto de Mario Prata sobre a tortura.
Nos anos 80, ela deu uma pausa na carreira e foi eleita duas vezes
deputada estadual. Na mesma década, em 1987, lançou o livro "Maria Ruth -
Uma Autobiografia". Em 1990, retornou aos palcos, numa encenação de
Gabriel Villela, de Relações Perigosas, de Heiner Müller.
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