A atriz francesa Anne Wiazemsky, conhecida por ter estrelado filmes
da Nouvelle Vague e por ter sido casada por 12 anos com o cineasta
Jean-Luc Godard, morreu nesta quinta-feira, aos 70 anos, após lutar
contra um câncer. A notícia foi confirmada pelo irmão da artista,
Pierre, a agências de notícias.
Anne trabalhou com diversos realizadores consagrados, como Robert
Bresson ("A grande testemunha", de 1966, seu filme de estreia), Godard
("A chinesa", 1967), Pier Paolo Pasolini ("Teorema", 1968) e André
Téchiné ("Rendez-vous", 1985).
Ela foi considerada uma musa por alguns diretores. Bresson ficou
obcecado por ela durante a produção de "A grande testemunha", sobre a
relação entre uma jovem camponesa e um animal. "Num primeiro momento,
ele parecia contente em apenas segurar o meu braço ou tocar meu rosto.
Mas então veio o desagradável momento em que ele tentava me beijar. Eu o
afastava, e ele não insistia. Mas ficava tão triste que eu me sentia
culpada", escreveu ela em sua autobiografia.
No ano seguinte, Anne conheceu Godard, que estava no auge de sua
carreira. Os dois se casaram durante as filmagens de "A chinesa". A
atriz trabalhou em outros projetos do marido, como a comédia negra
"Week-End à francesa" (1967) e em "Sympathy for the devil" (1968), que
misturava cenas dos bastidores da banda Rolling Stones com imagens de
revolução.
Nos últimos anos, ela publicou mais de uma dúzia de livros, incluindo
"Un an après", de 2015, relatando o seu relacionamento com Godard. A
obra serviu de inspiração para o filme "O formidável", de Michel
Hazanavicius, atualmente em cartaz na programação do Festival do Rio.
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