Dom Paulo Evaristo Arns pertence à história do Brasil com
o brilho dos homens que defendem a paz, a tolerância, a democracia e o respeito
às diferenças, principalmente nos momentos de totalitarismo e exceção.
Sua morte aos 95 anos de idade e há 12 dias do Natal nos
faz pensar em quantas vezes esse líder humanitário renasceu e colocou os
interesses nacionais e humanitários acima das ideologias, religiões e das
paixões políticas.
Pois Dom Paulo reuniu outros credos e lideranças
religiosas para mostrar ao país da ditadura e também aos políticos da
democracia que era preciso vencer os limites da nossa própria ideologia para
que o Brasil fosse melhor para os brasileiros.
Dom Paulo sentou com os militares para defender o direito
à critica e à diferença. O arcebispo de São Paulo sabia que seria hostilizado
mas foi em frente na defesa de brasileiros, que inclusive discordavam dele em
outros aspectos.
Não há dúvidas de que o Brasil se ressente da falta de
lideranças como ele. Que para além de semeador da esperança e da luta; de
agregador foi também o pastor que idealizou e trabalhou na Pastoral da Criança;
vendeu bens da arquidiocese para que os recursos servissem à construção de
habitações populares e centros comunitários e; fomentou melhoras na educação e
no combate a pobreza extrema.
Num ano difícil para o Brasil e para o mundo em que nomes
fundamentais da cultura e do esporte se foram, ano de surpreendentes eleições,
prisões de políticos e empresários e impeachment; a morte de Dom Paulo nos
lembra sua luta e sua fé no homem brasileiro que levanta de manhã todos os dias
para construir uma nação.
Aldo Moraes
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