sábado, 15 de agosto de 2015

A CONDESSA VITÓRIA: UMA COMPOSIÇÃO DE PERSONAGEM



Na difícil encruzilhada na qual se encontram autores de romances, novelas e filmes para encontrar o tom de vilãs (aos) e mocinhas (os) já que se discute o esgotamento do maniqueísmo bem/mau e a ainda fragilidade em apresentar personagens próximos da vida real, eis que surge uma vilã determinada e muito humana.

A Condessa Vitória (Irene Ravache), da novela Além do tempo (trama de Elizabeth Jhin, com colaboração de Eliane Garcia, Lílian Garcia, Duba Elia, Vinícius Vianna, Wagner de Assis e Renata Jhin; conta com direção geral de Pedro Vasconcelos e núcleo de Rogério Gomes;  18 hs, na Globo) sofre as dores da solidão e das decisões centradas em seu egoísmo;  é uma mulher valente, emocional e que não admite ser contrariada e finalmente esconde seus desejos e vontades voluntariosas de afeto e carinho.


A Condessa é enfim um personagem bem definido, mas que poderia estar em nosso cotidiano. A identificação bem como aquela repulsa verdadeira que sentimos é algo natural e que faz da trama desta telenovela, algo leve, mas muito bem construído. No capítulo de 13/08, ela se desespera de saudade do filho que escondeu numa clínica para afastá-lo da amada, a quem a Condessa nunca aceitou. O choro é verdadeiro e intenso.

No capítulo do dia seguinte, a mesma mulher de olhar firme e gestos comedidos (que contrasta com a fala objetiva e forte) parte numa missão de proteger o passado dos fantasmas do presente.


É outra mulher! Mas é a mesma mulher!

É disso que os leitores e apaixonados por novelas e filmes querem ver nos personagens: a profundidade e as contradições humanas!

Aldo Moraes

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