Léon-Gontran Damas foi escritor, poeta e homem político francês, nascido a 28 de março de 1912 na Guiana Francesa e falecido a 22 de janeiro de 1978 nos Estados Unidos. Era mestiço de negro, ameríndio e branco.
Foi um dos fundadores da Negritude, juntamente com Césaire e Sengor nos anos 1940. Amante do jazz, publicou em 1937 o livro Pigments, reunião de poemas prefaciada por André Gide, que se revolta com violência contra a educação crioula que ele vê como uma aculturação imposta. Um de seus grandes temas é a vergonha da assimilação. Engajado na política, foi deputado da Guiana.
Em Paris, fez estudos de direito, depois, na Escola de línguas orientais, estudo russo, japonês e baolê.
"Nesse momento apenas / vocês todos pois compreenderão / quando a eles vier a ideia / em breve essa ideia a eles virá / de querer espezinhar o negro / à maneira de Hitler / espezinhando o judeu / sete dias fascistas / por /semana "
("S.O.S.", Pigments Névralgies, Présence Africaine, 1972)
O Surrealismo controlava então o meio intelectual da época, e será Robert Desnos quem escreverá o prefácio de Pigments, prefácio flamejante, à altura do acontecimento: "Ele se chama Damas. É um negro… Damas é negro e se agarra firme à sua qualidade e a seu estado de negro. Aqui está quem deixará de orelhas em pé um certo número de civilizadores que acham justo que em troca de sua liberdade, de sua terra, de seus costumes e de sua saúde, as pessoas de cor sejam honradas pelo nome de ‘negros’. Damas recusa o título e pega seu bem de volta."
Neste livro histórico, de título revelador já que faz alusão às distinções físicas de sua raça, Damas, "o Antilhano", se dirigia aos senegaleses. Ele tinha de fato uma perfeita consciência do racismo assim como da preocupante evolução da Alemanha. O último poema de Pigments, "Et Caetera", destinado aos senegaleses, chama sem rodeios para a revolta.
Aos Antigos Combatentes Senegaleses / aos futuros Combatentes Senegaleses / a tudo o que o Senegal pode gerar / de combatentes senegaleses futuros antigos / (…) / Eu peço a eles / que calem a necessidade que sentem / de pilhar / de roubar / de violar / de aviltar de novo as margens antigas / do Reno // Eu peço a eles / que comecem por invadir o Senegal / Eu peço a eles / que perturbem a paz "dos Arianos...
Nenhum comentário:
Postar um comentário