domingo, 3 de janeiro de 2021

A MODA INTERNACIONAL PERDE PIERRE CARDIN

 


Morreu nesta terça-feira (29), aos 98 anos, o estilista Pierre Cardin. O estilista do futuro viveu quase cem anos como um homem que construiu um império e como um eterno menino de periferia. Assim Pierre Cardin costumava se definir. Talvez por isso ele tenha revolucionado a moda de tal maneira que, ainda hoje, nas roupas que vestimos, existe a presença dele.

A sua inspiração para a alta moda estava nas ruas, nas pessoas comuns. E para elas foi inventor de uma moda popular, o primeiro grande nome a investir no prêt-à-porter, a vender moda a preços baixos para as lojas de departamento francesas.

Depois de se formar na Academia de Belas Artes, usou o seu instinto inovador, difundindo a utopia dos anos de 1960, também inspirada na conquista do espaço. “Sempre tive a cabeça no futuro. Sempre criei para os jovens”, disse Pierre Cardin.

Cores fortes, formas geométricas nunca vistas antes. Ele fez coleções futuristas e desconstruiu os cortes de vestidos, que foram parar no guarda-roupa de Elizabeth Taylor, Brigitte Bardot, Jacqueline Kennedy.

Pierre Cardin passou vestir os homens também. Desenhou coleções extravagantes para os Beatles. Em 1974, foi o primeiro estilista da história a ser capa da revista Time. Pioneiro na expansão da moda para os objetos, popularizou o seu nome em perfumes, em panelas e até em carros. Foi o mentor de talentos como o estilista Jean Paul Gaultier.

O interesse pela moda começou quando ainda era menor de idade. Foi ser aprendiz de alfaiate e acabou contratado pela Casa Dior.

Pietro Cardin nasceu na Itália, de uma família muito rica que acabou perdendo todas as terras depois da Primeira Guerra Mundial. Ele mudou-se aos dois anos de idade com os pais para a França e foi naturalizado francês. Ainda menino, passou a ser chamado de Pierre, mas sempre conservou as suas origens frequentando Veneza durante décadas.

Nas suas andanças pelo mundo, esteve no Brasil várias vezes. Pierre Cardin deixa ao mundo uma obra única, presente em museus importantes. Foi pioneiro também nisso: em transformar a moda em arte.

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