Eu sinto a dor
12/28/2017
Eu sinto a dor. Eu apenas não a permito.
Ela está aqui. Eu, contudo, não dou-lhe espaço.
Eu vejo suas tentativas de tomar-me.
A tranco com seus conselhos desonestos.
Eu sei que não é passageira; mas não permito que se sinta minha condutora.
Pois de fato não é.
Eu convivo com a dor. Eu a contemplo.
Mas eu não a olho nos olhos. Não é por medo.
Eu a ignoro. Eu não lhe dou meus minutos.
Mas a respeito. Pela persistência que ela tem, a respeito.
Mas não lhe permito conhecer isso.
A respeito em secreto. Quando ela me olhar, verá meu sorriso distraído;
Como se eu a desconhecesse.
Mas a conheço. A contemplo. Eu a sinto.
Apenas não lhe dou espaço maior do que já ocupe.
Pode ela ir se quiser, ou ficar.
Não saberá que a conheci.
Disso não poderá se gabar.
Seja ela maior do que pintei no papel,
Seja menor que meu coração ao senti-la.
Não importa. Ela cabe aqui. Ela mora aqui.
Mas dela não será a mordomia, tampouco a propriedade.
Convivamos. Mas a maestria ainda é minha.
Sou eu a compositora. É minha a letra. É minha a voz.
E o sorriso estará na melodia.
Sem menores nem diminutas...
Eu dou o rítmo. Meu é o compasso.
E a lágrima parecerá que está pela emotiva beleza.
Ninguém lhe conhecerá o motivo.
Tampouco a dor. Não a permito.
Apenas a respeito.
Em secreto a respeito.
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