O Papa Francisco anunciou neste domingo (15) 35 novos santos, entre
eles, 30 mártires assassinados no século 17 no Brasil por calvinistas
holandeses, além de três adolescentes mexicanos mortos no século 16 -
reflexos da sangrenta história da conversão religiosa na América
Latina.
Os "mártires de Cunhaú e Uruaçú", dois municípios do Rio Grande do
Norte (hoje Canguaretama e São Gonçalo do Amarante), já haviam sido
beatificados pelo Papa João Paulo II em 2000. Os trinta homens, mulheres
e crianças foram canonizados em uma cerimônia na Praça de São Pedro, no
Vaticano.
Cerca de 500 peregrinos brasileiros, representantes da
igreja católica no Brasil e 45 membros governo federal e do Rio Grande
do Norte foram à Roma assistir à canonização. Como manda a tradição, a
proclamação da santidade e o anúncio da inscrição dos nomes dos
mártires nos livros santos foram realizados em latim pelo Papa Francisco.
Mortes atrozes
Os
mártires de Cunhaú e Uruaçú foram mortos de forma atroz - por se
recusarem a se converter ao calvinismo - em dois massacres perpetrados
por soldados holandeses em 1645. Os 30 homens, mulheres e crianças fazem
parte de um grupo de 150 pessoas assassinadas brutalmente.
Eles
foram vítimas de torturas e mutilações - muitos tiveram seus corações
arrancados nos ataques registrados durante missas católicas. Devido às
violências, apenas o grupo canonizado hoje pode ser identificado. No
total, são 25 homens e cinco mulheres. Apenas dois são estrangeiros, o
padre português Ambrósio Francisco Ferro, e o laico francês, Jean Lostau
Navarro. O santo mais jovem é um bebê que na época tinha dois meses de
idade.
As execuções aconteceram dentro do processo de
evangelização da região Nordeste do Brasil, que começou em 1597 com
missionários jesuítas e de padres católicos de Portugal. Mas nas décadas
seguintes, a chegada de holandeses calvinistas e protestantes deu
início a uma época de perseguição dos católicos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário