Leia abaixo artigo do ministro da Cultura, Roberto Freire, veiculado na edição desta quinta-feira do jornal Diário do Poder.
Iniciativas emblemáticas no cenário cultural brasileiro entre os anos
1970 e 1980, os projetos Pixinguinha e Mambembão, ícones na música e nas
artes cênicas, serão relançados ainda neste primeiro semestre. O
Ministério da Cultura e a Fundação Nacional de Artes (Funarte) já
trabalham com afinco para definir os últimos ajustes e o novo formato
dessas duas experiências bem sucedidas que certamente oferecerão grandes
oportunidades para jovens talentos nos quatro cantos do país.
Criado em 1977, ano de fundação da Funarte, o projeto Pixinguinha teve
inspiração nos espetáculos da série "Seis e Meia", que vinham lotando o
Teatro João Caetano, no Rio de Janeiro, com apresentações realizadas
sempre às 18h30 e ingressos a preços populares. Grandes artistas que se
consagrariam como expoentes da música brasileira se apresentaram em
diversas cidades do país naquele período, desde Cartola, Edu Lobo, João
Bosco, Nara Leão, Jackson do Pandeiro, Paulinho da Viola e Alceu
Valença, até os então iniciantes Djavan, Marina Lima e Zizi Possi.
O Mambembão, por sua vez, também nasceu na década de 1970 e fez um
estrondoso sucesso em todo o Brasil até meados dos anos 1980, levando
montagens que se destacavam em suas regiões de origem para serem
apresentadas no Sudeste, especialmente no eixo Rio-São Paulo. Uma de
nossas maiores preocupações para este novo momento é justamente
descentralizar as caravanas e incentivar as apresentações não apenas nas
capitais e grandes cidades, mas, sobretudo, nos municípios do interior
do Brasil.
A ideia é que o projeto
Pixinguinha, que promoverá encontros entre grandes nomes e revelações da
música brasileira, organize caravanas que passem por ao menos 60
cidades do país. O novo Mambembão deve apresentar, ao todo, 70
espetáculos que farão mais de mil apresentações divididas entre as
regiões Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul. A Funarte
selecionará as melhores para que peguem a estrada e percorram todo o
Brasil.
O relançamento dos dois projetos é
um passo fundamental no trabalho de descentralização que vem sendo
promovido pelo Ministério da Cultura sob a atual gestão. Trata-se,
ainda, de uma excelente oportunidade para que novos talentos sejam
revelados ao grande público, além de um saudável e necessário processo
de integração maior dos jovens por meio da música, da dança, do circo e
das artes cênicas.
Ao fim e ao cabo, as
caravanas do Pixinguinha e do Mambembão levarão cultura de primeira
qualidade aos rincões do Brasil e, em uma via de mão dupla, farão com
que talentosos artistas que se destacam em suas cidades passem a ser
também reconhecidos nacionalmente, ganhando uma projeção que serve de
impulso para o desenvolvimento de suas carreiras.
A retomada dessas iniciativas conta com o apoio integral e o entusiasmo
do presidente Michel Temer, a quem eu fiz questão de apresentar ambos
os projetos. A partir de agora, os dirigentes da Funarte, liderados por
Stepan Nercessian, terão a responsabilidade de fazer com que a
instituição recupere o protagonismo junto às expressões artísticas e
culturais do país após um longo período em que foi relegada a segundo
plano.
A cultura nacional se torna ainda mais
rica e preciosa quando capaz de valorizar a própria história e o passado
que fundou seus alicerces. Nossa missão é expandi-la para que o maior
número possível de brasileiros tenha acesso às artes, à música, à dança,
ao teatro, ao circo. Tudo isso transforma vidas, forma cidadãos,
desperta vocações e fomenta novas gerações de artistas. Bem-vindos de
volta à estrada, Pixinguinha e Mambembão!
Roberto Freire
Ministro da Cultura
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