Fotos: Foca Lisboa/UFMG
Morreu no dia 7 de maio, aos 67 anos, a professora Tânia Mara Lopes
Cançado, aposentada da Escola de Música. Pianista premiada em vários
concursos nacionais, foi idealizadora de dois projetos de extensão na
Escola de Música que se tornaram referência nacionais – o Centro de
Musicalização Infantil (CMI) e o Projeto Cariúnas.
Trajetória
Com mestrado e doutorado pela Shenandoah University (EUA), Tânia Cançado
fez graduação e especialização na Escola de Música da UFMG, da qual se
tornou docente em 1978, tendo sido vice-diretora de 1986 a 1990 e
diretora na gestão 1990-1994. Era pesquisadora dos temas ritmos
africanos, ritmos haitianos, habanera cubana, choro-tango brasileiro,
ragtime americano.
De acordo com o Dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira, Tânia Cançado começou a destacar-se em 1984 no cenário musical com o show Tributo a Ernesto Nazareth,
em homenagem ao cinquentenário de morte do compositor. Em 1991,
apresentou-se na Itália, a convite da embaixada brasileira em Roma.
Projetos e voluntariado
Uma de suas mais destacadas contribuições para o ensino de música, o CMI
oferece cursos de educação musical para bebês, crianças e adolescentes,
contribuindo para a formação de alunos da Escola de Música. Suas
instalações abrigam várias disciplinas dos cursos de graduação e
Pós-graduação.
Outra iniciativa de extensão por ela idealizada, em 1997, na Escola de Música, o Projeto Cariúnas
“incentiva a vida como obra de arte e ensina a arte como meio de
melhorar a qualidade de vida de crianças e adolescentes", segundo
informa texto disponível no site do projeto. O Cariúnas atende 207
alunos, com atividades de musicalização, dança, canto-coral, criação,
teclado, violão, aulas de instrumentos de sopro (saxofone, flauta
transversal, trompete, trombone, flauta doce) e percussão.
O gosto pelo trabalho voluntário era uma característica da
professora, que, no fim da década de 1980, antes de criar o Cariúnas,
investiu em projeto de música com crianças em vulnerabilidade social. E
até recentemente, acompanhada pela amiga Maria do Carmo Campara, também
professora aposentada da Escola de Música, visitava presídios nos quais
apresentava recitais de coral e piano.
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