a)
Olá Lívia é um prazer ter você conversando com o
público do nosso blog. Nosso público é muito amplo e passa por profissionais da
cultura, do meio ambiente, política e educação no Brasil e em outros países.
Por isso gostaria que este público te conhecesse melhor. Fale um pouco como foi
sua infância.
Oi, Aldo! Já acompanho o blog há um bom
tempo e gosto muito do conteúdo. É uma honra estar aqui participando com vocês.
Falar sobre minha infância é falar de meninices e macaquices... é falar de uma
inocência e simplicidade que sinto saudade. Eu morei boa parte da infância no
Distrito de Guaravera, alguns desses anos foram no sítio. Tenho boas
recordações da brincadeira no balanço. Havia um pé de laranja enorme.
Chamávamos de Pé de Laranja de Fazer Doce. Rs...
Foi lá que instalamos o
balanço e nos divertíamos, meu irmão e eu – às vezes, alguns amiguinhos que nos
visitavam. Brincava com os cavalos e galinhas... fazia bonequinhas com sabugo
de milho e confeccionava asas para voar ao saltar dos morros. Eu estudei na Escola Municipal John Kennedy.
Até que, ao concluir a 2ª série do primário, nos mudamos para Londrina, onde
vivi o restante da infância. Participei do coral da Escola Municipal Eugênio
Brugin e do Coral da Igreja Católica do bairro. Eu tinha cerca de 9 a 10 anos
nessa fase e já ajudava minha mãe com o serviço de casa e também a cuidar do
meu irmão mais novo. De resto, foi brincar na rua com o pé descalço e o cabelo
desarrumado.
b)
Como a poesia e o gosto pela música surgiram em
sua vida? E conte um momento inesquecível seu com a poesia e a música.
A música esteve sempre presente como prazer
para mim. Meu pai sempre tocou violão e cantou para animar as reuniões que
fazíamos em casa com a família e amigos. Além disso, compunha alguns hinos
religiosos e músicas românticas. E, como citei acima, eu participei do coral da
escola desde os 9 anos. Quando saí da quarta série, a professora do coral me
convidou a participar do coral da Igreja Católica do bairro. E apesar de ficar
pouco tempo neste, a música me ganhou completamente. Pouco depois, com 11 anos, li pela primeira
vez um livro de poesias. Era Fernando Pessoa, Poemas Ocultistas. Não entendi tanto o significado, mas a forma da
escrita me encantava. Foi então que comecei meus primeiros versos, ainda muito
tímidos em meus cadernos da escola. Passei a preferir a poesia à música
imediatamente. Me dediquei a escrever muito. Meu público era meus amigos da
escola. Em especial, minha amiga Tânia, cuja história inspirava muitos de meus
textos, e, claro, a professora de português, Soely, que sempre os corrigia para
mim. Nessa fase eu já tinha uns 15 anos.
Terminei o ensino médio com cerca de
240 textos escritos e revisados. Porém os perdi entra idas e vindas à casa de
amigos. A música voltou para mim pouco antes disso, em 2002, quando entrei para
o grupo musical da igreja em que congregava. Nesse mesmo ano compus minha
primeira canção. E a partir daí não consegui mais deixa-la totalmente e ela
acabou retomando o primeiro lugar. O equilíbrio somente surgiu com o início das
atividades profissionais. A música se tornou minha forma de me expressar a Deus
e fiz da poesia minha forma de me expressar aos homens. Hoje, já está bem
misturado novamente. Risos.
c)
Como você avalia as novas plataformas de escrita
e divulgação que surgiram com a internet (blogs, redes sociais, youtube, sites,
etc...)? e como é seu trabalho com o blog?
Eu sou simplesmente apaixonada por essa
nova forma de comunicação e pela facilidade que proporciona em estabelecer
redes. Eu conheci tarde a internet, mas assim que conheci já criei todo tipo de
rede social que surgia. Tive alguns seguidores no Orkut e muitos amigos no MSN.
Aprendi que não havia distância para a criação de conteúdo. Com o Facebook e
Youtube, isso foi intensificado de uma tal forma, que, mesmo sem ser famosa,
foi necessário passar a me preocupar com a imagem que eu estava transmitindo
via internet; já não podia vê-los de forma relaxada, mas como um cartão de
visitas.
Criei o primeiro blog em 2008, mas não fui adiante. Apenas em 2009
iniciei publicações. Contudo, eu não entendia nada de SEO nem mesmo da
plataforma do Blog, e não fazia ideia se meus textos estavam chegando a alguém.
Decidi excluir tudo. Retornando apenas em 2011 com a minha escrivaninha no site
Recanto das Letras. O Canal do Youtube surgiu com o lançamento das minhas
músicas. E para ele, haverá novidades nos próximos meses. Mas é surpresa, rs.
Retomei
o Blog em 2014. Resolvi trabalhar com dois Blogs: O Lívia De La Rosa e o Chá
com Prosa, já que os objetivos são distintos. No Lívia De La Rosa, posto
assuntos diversos, relacionados à minha forma de ver o mundo, lifestyle,
beleza, meus trabalhos com a música, a poesia, etc. É um blog mais amplo, mais
completo em temas, mas que não se aprofunda tanto em cada um. Já o Chá com
Prosa escrevo com meu marido, Hiuri De La Rosa, e é um blog mais direcionado ao
trabalho como Coach, buscando inspirar e ajudar pessoas a se superarem. Hoje,
as redes sociais e os blogs andam junto para nós. E nosso engajamento tem
aumentado a cada dia. Já temos muitos parceiros maravilhosos caminhando
conosco, mas ainda há muito a desenvolver.
d)
Lívia conheço seu trabalho e sua luta em prol da
acessibilidade. Fale sobre o que você pensa e o que tem feito sobre este tema.
Quando iniciei o projeto Por Uma Nova Cultura,
estava focando apenas na questão da acessibilidade nas igrejas. Ao longo do
tempo, percebemos que os poucos frutos que colhemos vieram de pessoas que se
tornaram próximas a nós e aprenderam a amar essa causa caminhando conosco.
Começamos a mudar nossa estratégia. O blog Chá com Prosa faz parte da nossa
nova estratégia de trabalho. Ao invés de uma abordagem mais direta sobre o
tema, estamos nos aproximando mais do público, das pessoas que nos acompanham,
assim podem amar nossa causa e fazerem a diferença onde tiverem poder de
atuação.
Quando contamos no Blog um pouco da nossa história, trazemos as
pessoas a vivenciarem nossas lutas, assim, quando virem alguma situação de
inacessibilidade, vão refletir em como isso poderia prejudicar um deficiente
físico. Além disso, nos dois Blogs estou iniciando no mês de julho a série
Mulher de Cadeirante. Minha ideia é aproximar o público do nosso íntimo. Vida
como casal, dificuldades enfrentadas, o que em comum com um casal sem
deficientes e o que tem de diferente. Isso tudo pode ajudar a esclarecer melhor
as necessidades.
Quero falar também nessa série com pessoas que sejam cônjuges
ou namorados de pessoa com deficiência. Normalmente, quando a pessoa se torna
deficiente, o futuro da vida afetiva/conjugal e até mesmo sexual se torna uma
incógnita. Queremos ajuda-los a superarem essas dificuldades, partindo da
pessoa não deficiente da relação, que provavelmente será a que terá mais
condições emocionais do momento da mudança. Além disso, estamos sempre
aceitando convites para palestras motivacionais e palestras sobre o tema
Acessibilidade, mesmo. O tema inclusão está sempre presente em textos e nas
músicas também.
e)
Quais suas principais influências na música e
também na poesia?
Essa
pergunta é difícil de responder. Todos os artistas que mais ouvi na vida toda
me ensinaram a amar a música, mas não tem um específico que me influencie
quanto a estilo. Eu sempre fui muito eclética. No gospel, ao mesmo tempo que
ouvia a música pentecostal e hinos, ouvia também pop-rock, rap e rock and roll.
E no secular, meus favoritos estão na MPB, R&B, Blues, Rock, Rap, Soul,
Pop. Os nomes que mais estiveram em minha playlist são: Oficina G3, Pregador
Luo, Fernanda Brum, Kleber Lucas, Michael Jackson, Guns N Roses, AeroSmith,
Mariah Carey, Celine Dion, Whitney, Tony Braxton, Shania, R Kelly, Ana
Carolina, Ivete, Sandy e Marjorie Estiano. Mas realmente não há como fazer
justiça. Existem muitos mais nomes que ouvi demais e que certamente tem um
dedinho de culpa na cantora e compositora que me tornei. E falei até aqui de
início na música, mas hoje já tenho novos nomes, entre eles o da Adele, Amy
Winehouse e Joss Stone.
Na
poesia, por outro lado, está mais fácil, rs, já que não li tantos clássicos a
ponto de ficar em dúvida. Meus nomes de mais leitura são: Pessoa, Vinicius de
Moraes, Drumond, Adélia Prado, Cecília e Cora. Cada um deles me encanta de uma
forma diferente. Mas também leio muitos poetas contemporâneos - os textos chegam
diariamente nas redes sociais. Alguns eu sigo de forma mais direta, como Betina
Marcondes e você, Aldo Moraes. Rs.
f)
Abro o espaço para que você deixe seu recado ao
público que acompanha o blog Arte Brasil:
Gostaria de deixar uma mensagem a todos.
Perseguir um sonho nem sempre é fácil. Alguns de nós focam e lutam com todas as
suas forças para alcançar seus objetivos. Outros, já desiludidos e cansados,
tentam substituí-los por novos sonhos, que pareçam mais prováveis de se
realizarem. Contudo, não podemos esquecer que o maior sonho das nossas vidas é
alcançar a felicidade e que algumas vezes aquilo em que mais nos empenhamos
para conquistar não é o que realmente irá proporcioná-la a nós.
Sugiro que ao
invés de buscarmos algo com o foco tão ajustado que nada pode nos distrair, ou
ao invés de nos desiludirmos pelas coisas que não estão saindo como planejamos,
antes nos avaliemos de forma continuada, como dando um upgrade em nós mesmos.
Nos reinventando sempre, instalando uma nova versão- e melhorada- de nós mesmos
e, assim, reajustando nosso foco. Esse exercício pode nos mostrar se estamos
lutando pelo que realmente nos fará feliz, assim como se estamos desistindo de
algo que nos fará tão feliz e que, talvez, não esteja assim tão longe de se
tornar realidade.
Sugiro também que avaliemos continuamente nossas estratégias.
Que não esperemos tudo dar errado para reajustar as coisas, ou até recomeçar,
caso necessário. Nós somos capazes de conquistar. Só precisamos nos conhecer
melhor, ter garra e usarmos as estratégias corretas. E, para terminar, o que é
sucesso para mim pode não ter o mesmo sentido daquilo que é sucesso para você.
Logo, e parafraseando Shakespeare, não nos comparemos ao sucesso uns dos
outros, mas ao sucesso que buscamos e podemos ter.
Estabeleça metas curtas, que
juntas te levarão a uma realização maior. E aproveite para comemorar a vitória
ao término do cumprimento de cada uma delas. Isso te fará perceber o quanto
você já alcançou e o quanto ainda falta caminhar e que está alcançando o
sucesso.
No mais, desejo muita musicalidade na vida de todos e que cada manhã
seja cheia de poesia. Beijos.
Lívia de La Rosa: Contatos
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