A cantora Wilma Bentivegna, de 86 anos, morreu nesta quinta-feira (2), em um hospital de
Mogi das Cruzes. Moradora de
Suzano, ela se destacou no rádio na década de 50 e participou da inauguração da TV no Brasil.
Cantora, apresentadora e atriz, Wilma Bentivegna nasceu na cidade de São
Paulo em 17 de julho de 1929. Ela desenvolveu carreira na segunda
metade da década de 1950 realizando gravações de discos e apresentações
em Rádios e TVs. Especializou-se em gravar principalmente versões de
canções estrangeiras de sucesso na época.
Começou sua carreira aos nove anos no programa "Clube do Papai Noel", de
Homero Silva, na Rádio Difusora. Começou depois a atuar em radioteatro
na Rádio Tupi, sob direção de Otávio Gabus Mendes e na Rádio Difusora,
com Oduvaldo Viana. Fazia papeis infantis, pois sua voz também era de
menina. Foi a caçula da "Caravana da Alegria", que viajou por várias
cidades do interior de São Paulo. Foi a primeira cantora a se apresentar
na extinta TV Tupi. Tornou-se nacionalmente conhecida ao gravar "Hino
ao amor", em 1959, de Edith Piaf e Monnot, com versão de Odair Marzano e
com acompanhamento de Waldomiro Lemke e sua orquestra. Ganhou muitos
prêmios, entre eles o de atriz revelação. Participou de algumas
telenovelas e do filme "Custa Pouco a Felicidade", de Geraldo Vietri
(1952).
Embora de popularidade discreta, foi um nome significativo na radiofonia
paulista. Em 1954, foi contratada pela gravadora Sinter e gravou a
canção "Me vo a morir", de F. Cabrera, e o samba-canção "Chove", de
Geraldo Vietri, mais tarde célebre novelista de TV e roteirista de
filmes. Em 1955, foi contratada pela Rádio Nacional de São Paulo e pela
TV Paulista. Em 1956, assinou contrato com a Odeon e gravou o fox
"Rififi", de Gerard e Rue, e o bolero "Ama-me amor", de Panzeri e
Mascheroni. Em 1957, gravou "Marcelino, pão e vinho", da trilha sonora
de filme homônimo, que obteve boa repercussão nacional. Em 1961, gravou,
ainda com a orquestra de Waldomiro Lemke, as canções "As folhas verdes
de verão" e "Canção do amor que eu lhe dou".
Em 2005, o selo Revivendo lançou o CD "Wilma Bentivegna - Hino ao amor"
com 18 interpretações suas, entre as quais, a música título, pela qual
ficou conhecida fora do estado de São Paulo. Além de cantora, Wilma
Bentivegna foi uma das pioneiras da televisão, tendo sido também
apresentadora e atriz de novelas. Fez “TV de Vanguarda” (TV Tupi) e
“Teledrama Três Leões” (TV Paulista), em papeis célebres, em companhia
de atores importantes. Foi apresentadora de “O Mundo é das Mulheres”, ao
lado de Hebe Camargo, Lourdes Rocha e Eloísa Mafalda. Teve como grande
amor de sua vida o autor de telenovelas Cassiano Gabus Mendes.
Atualmente afastada dos palcos, reside na cidade de Suzano, São Paulo.
Para ficar mais próxima à mãe, Wilma resolveu mudar-se para Suzano,
cidade próxima à capital e só eventualmente canta e passou a trabalhar
na Prefeitura da cidade. Às vezes atende a convites e canta em eventos.
Mas sua mãe veio a falecer e Wilma, estando então sem seus pais, e
apesar da imensa tristeza que sobre ela se abateu, continua sempre sendo
muito amada e admirada. Faz trabalhos manuais com muito capricho e
arte, tem amigos que a consideram pessoa da família, uma irmã, uma mãe. A
doce Wilminha jamais perdeu sua ternura, seu jeito carinhoso de ser. E
sua voz, verdadeiro presente de Deus, continua a mesma. Na foto acima,
Wilma Bentivegna por ocasião do aniversário de 60 anos da TV brasileira,
em comemoração na Rede Globo, 12 de novembro de 2010.
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