O Festival
III FESTIVAL INTERNACIONAL DA SANFONA DE 14 A 18 DE JULHO DE 2015 EM JUAZEIRO (BA) e PETROLINA (PE)
Terceira edição do evento
que acontece às margens do Rio São Francisco, apresenta e homenageia
grandes mestres do instrumento no Brasil e no mundo
Acordeon, sanfona, gaita, concertina, bandoneón, harmonia, fole, botoneira... não importa qual o nome você prefira usar, mas este instrumento de fole, teclado e botões, que se toca abraçado, junto ao peito, surgiu de forma rudimentar na China há mais de 5.000 anos, evoluiu, cruzou todos os continentes, e virou tradição na música de dezenas de países. No Brasil, conforme registrou Pero Vaz de Caminha, o primeiro encontro entre índios brasileiros e colonizadores portugueses resultou numa festa, em uma das caravelas, embalada pelo som de uma ‘gaita’.
Hoje a sanfona está presente nos mais variados gêneros e estilos musicais como forró, xote, baião, tango, fado, valsa, polca, bugiu, caijun, chanson francesa, música regional italiana, alemã, russa, do leste europeu, só para citarmos alguns entre tantos outros!
Com sua enorme presença e importância na música popular tanto oriental quanto ocidental (e, claro, brasileira), este instrumento é o grande protagonista da terceira edição do FESTIVAL INTERNACIONAL DA SANFONA, que acontece de 14 a 18 de julho às margens do Rio São Francisco, na divisa dos Estados da Bahia e Pernambuco, nas cidades de Juazeiro e Petrolina.
Sob a curadoria do cantor, sanfoneiro e compositor Targino Gondim e direção geral de Celso de Carvalho, o evento celebra o instrumento em cinco dias de festa com oficinas, workshops, concurso, exposição, concertos musicais e shows abertos na Orla Nova de Juazeiro e na Concha Acústica de Petrolina.
Grandes instrumentistas oriundos das cinco regiões do país e também do exterior já estão confirmados na programação do FESTIVAL que homenageia dois grandes mestres da sanfona brasileira: o mato-grossense Dino Rocha e o pernambucano Mestre Camarão, morto recentemente.
Entre atrações internacionais desta edição estão: o português João Frade – Que traz como convidado o guitarrista (violonista) brasileiro Munir Hossn, a romena Senija Sidorova, e o albanês Alexander Hrvstevich.
E das cinco regiões do Brasil estão: Toninho Ferragutti (SP) e Bebe Kramer (SP) representantes da Região Sudeste; Chico Chagas (AC), representante da Região Norte; Dino Rocha (MS) representante da Região Centro-Oeste; Quinteto Persch (RS) representante da Região Sul; Targino Gondim (PE) , Quinteto Sanfônico da Bahia (BA) e Elba Ramalho (PB) representantes da Região Nordeste.
Entre as atividades paralelas aos shows, o III FESTIVAL INTERNACIONAL DA SANFONA apresentará uma exposição de sanfonas da marca LETTICE, produzida em Campina Grande, na Paraíba, e considerada uma das melhores do país. Também será promovido um concurso (inscrições pelo site oficial) onde o vencedor, após três dias de apresentações em disputa, ganhará uma sanfona LETTICE no valor de R$18 mil reais.
O público ainda poderá se aprofundar no universo do instrumento através das oficinas práticas de sanfona, e de dois workshops: um sobre a sanfona na música mundial e na música de improviso com João Frade (Portugal; e outro com o Quinteto Persch (RS).
Objetivos
A riqueza e a intensidade da programação do FESTIVAL, além de beneficiar as comunidades locais e os artistas, têm a ambição de consolidar este evento como um elo brasileiro no importante e movimentado circuito internacional da sanfona, que é formado por dezenas de eventos realizados todos os anos, em todos os continentes.
A terceira edição do projeto fortalece a singularidade da música brasileira no mercado musical, lançando luz sobre as formas de tocar sanfona em todo país e no mundo, além de potencializar a cadeia produtiva da sanfona e instrumentos assemelhados.
Realizado pela Conspiradoria Projetos e Produções, em parceria com a produtora Toca Pra Nós Dois, o Festival Internacional da Sanfona conta com o patrocínio do BNDES via Lei Federal de Incentivo à Cultura - Lei Rouanet.
O público do festival é bem variado, formado principalmente por famílias que comparecem juntas às atividades. Há um contingente grande de pessoas que já curtiram as edições anteriores e manifestaram grande desejo de participar de novas edições.
Também há vários músicos que vão espontaneamente de todo o Brasil e de outros países, dentre outros artistas, pesquisadores, produtores culturais, estudantes e pessoas de todas as classes sociais, idades e gêneros. Em toda programação estima-se a circulação de mais de 50.000 pessoas nas atividades do Festival.
O instrumento
Citado na carta de Pero Vaz de Caminha e atendendo por vários nomes como gaita ou acordeom, foi como sanfona que ficou conhecido o instrumento utilizado na típica musica nordestina. Há indícios de um instrumento primitivo, que utilizava o mesmo princípio sonoro das palhetas do acordeom, chamado Cheng, na China do século 12 a.C.
A história oficial, porém, conta que a sanfona chegou à Rússia no século XVIII e foi patenteada em Viena no ano de 1827. O instrumento teria chegado ao Brasil entre 1836 e 1851, através dos imigrantes alemães do Rio Grande do Sul, onde é mais conhecido como ‘gaita’. Há informações dessa época de que já havia tocadores de foles de oito baixos na região Nordeste, provavelmente obtidas por nordestinos que foram ao Sul para lutar na Guerra do Paraguai.
De lá para cá, a sanfona se transformou em um dos principais instrumentos das festas tradicionais brasileiras, presente em todas as regiões. O instrumento é ideal para acompanhar bailes pela amplitude sonora e por permitir ao executor cantar com facilidade. Por vezes, substitui o violão e a rabeca, de pouco volume sonoro, em muitas manifestações da cultura popular. Luiz Gonzaga levou a sanfona ao estrelato, lançando o baião com sua sanfona branca em 1946. Fã confesso de Gonzagão, a sanfona foi, por exemplo, o primeiro instrumento de Gilberto Gil quando ainda era criança.
Influente em uma enorme variedade de vertentes musicais, o instrumento mantém-se sempre atual, acompanhando a evolução da linguagem musical, interpretada por novas gerações, ricas em grandes instrumentistas. Há um grande circuito internacional do acordeom, com dezenas de eventos em todos os continentes e um festival como esse no Brasil é fundamental para discutir e valorizar este instrumento.
Juazeiro e Petrolina
O local escolhido para realizar este evento não poderia ser mais simbólico: duas cidades que unem dois estados, ambas situadas em pleno centro do sertão nordestino, Juazeiro e Petrolina, e que abrigam muitos e bons instrumentistas.
As cidades oferecem infra-estrutura adequada para abrigar eventos deste porte e a distância entre elas e as capitais nordestinas não passa de 800km, facilitando deslocamento de público e artistas interessados, além de contarem com aeroporto.
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