Milton Santos foi geógrafo brasileiro, considerado por muitos
como o maior pensador da história da Geografia no Brasil e um dos maiores do
mundo. Nasceu em 03 de maio de 1933. Destacou-se por escrever e abordar sobre
inúmeros temas, como a epistemologia da Geografia, a globalização, o espaço
urbano, entre outros.
Conquistou, em 1994, o Prêmio Vautrin Lud, o Nobel
de Geografia, sendo o único brasileiro a conquistar esse prêmio e o primeiro
geógrafo fora do mundo Anglo-Saxão a realizar tal feito. Além dessa premiação,
destaca-se também o prêmio Jabuti de 1997 para o melhor livro de ciências
humanas, com “A Natureza do Espaço”. Foi professor da Universidade de São
Paulo, mas lecionou também em inúmeros países, com destaque para a França.
A obra de Milton Santos caracteriza-se por
apresentar um posicionamento crítico ao sistema capitalista e aos pressupostos
teóricos predominantes na ciência geográfica de seu tempo. Em seu livro “Por
uma Geografia Nova”, em linhas gerais, o autor criticou a corrente de
pensamento Nova Geografia, marcada pela predominância do pensamento neopositivista
e da utilização de técnicas estatísticas.
Sobre a globalização, Milton Santos era
um de seus críticos mais ferrenhos. Em uma de suas mais célebres frases, ele
afirmava que “Essa globalização não vai durar. Primeiro, ela não é a única
possível. Segundo, não vai durar como está porque como está é monstruosa,
perversa. Não vai durar porque não tem finalidade”.
Em uma das suas obras mais difundidas pelo mundo
– Por uma outra globalização –, muito lida por “não geógrafos”, Milton
Santos dividiu o mundo em “globalização como fábula” (como ela nos é contada),
“globalização como perversidade” (como ela realmente acontece) e “globalização
como possibilidade”, explorando a ideia de uma outra globalização.
Além disso, o geógrafo proporcionou uma fecunda
análise a respeito do território brasileiro, abordando as suas principais
características e inserindo a produção do espaço no Brasil sob a lógica da
Globalização. Nessa obra, de mais de 500 páginas, propôs, inclusive, uma nova
regionalização do Brasil, dividido em quatro grandes regiões.
Milton Santos faleceu em 24 de junho de 2001 aos
75 anos. Deixou uma vasta obra, com dezenas de livros e uma infinidade de
textos, artigos e capítulos. Seu pensamento ainda é considerado atual e muitas
das críticas dos movimentos antiglobalização fundamentam-se em suas idéias.
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