Foto: Mário Luiz
Thompson
Francisco José Itamar de Assumpção
nasceu em Tietê, SP, em 13 de setembro de 1949.
Itamar Assumpção já acompanhava Arrigo Barnabé ainda em Londrina, e participou da banda “Sabor de Veneno” em São Paulo. Experimentou a mistura dos sons do rock com o samba e o funk, criando uma linguagem urbana, trazendo ainda na bagagem sua experiência como ogã no terreiro de Candomblé de seu pai. Itamar compunha apoiado na linha do contrabaixo ([...] componho para o contrabaixo. Não é harmonia, acorde, são só notas [1]), e foi diretamente responsável pela aproximação de Alice Ruiz à Vanguarda Paulista, quando mostrou ao público os sons dos versos da poeta. Foi o mais assíduo parceiro de Alice Ruiz, Alzira Espíndola e Ná Ozzetti e também parceiro de Tetê Espíndola, até a data de sua morte, em 2003. Poeta e músico genial, viveu à margem da mídia, recusando-se inclusive a editar suas músicas e a entrar no que chamava de sistema.
Negro, foi parar na cadeia
com 23 anos de idade, quando esperava um ônibus na Rodoviária de Londrina com
sua mala e um toca-fitas. Passou cinco dias preso e incomunicável, num cubículo
com mais uns quinze caras lá dentro, todos de cócoras porque não havia espaço
para deitar. Itamar afirmou que não usou essa experiência em música, no
entanto é interessante notar que a primeira banda que formou chamava-se Isca de
Polícia, e até hoje, é difícil alguém pensar em Itamar Assumpção sem chamar pelo
Nego Dito.
Faleceu vítima de câncer, em 12 de junho de 2003. |
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