sexta-feira, 13 de junho de 2014

MÚSICA BRASILEIRA PERDE A VOZ DE MARLENE

A cantora Marlene, que com sua voz marcante foi presença dominadora na era do rádio brasileiro, morreu hoje no Rio de Janeiro aos 91 anos.

Folhapress / Cantora morreu no Rio de Janeiro aos 91 anos

 
Descendente de italianos, ela nasceu Vitória Bonaiutti de Martino, em São Paulo, em 22 de dezembro de 1922, sendo a mais nova de três filhas.

Sua mãe era devota da Igreja Batista e, por isso, matriculou-a no Colégio Batista Brasileiro, pagando apenas uma taxa. As mensalidades foram descontadas, em troca de que Victória prestasse serviços ao colégio, no qual estou dos 9 aos 15 anos.

Depois, ela ingressou na Faculdade do Comércio, no centro de São Paulo, com a intenção de se tornar contadora. Ao se tornar parte de uma entidade estudantil, passa a dispor, assim como os colegas, de um espaço na rádio Bandeirantes, denominado "Hora dos Estudantes".

Passou a cantar no programa, no qual recebeu dos colegas o nome artístico de Marlene, em homenagem à atriz alemã Marlene Dietrich (1901-1992).

Logo, acabou deixando de lado a meta de se tornar contadora e assumiu de vez as funções de cantora, sem deixar que a família religiosa descobrisse.

Em 1940, estreou como profissional na rádio Tupi de São Paulo, já escondida sob o pseudônimo.
Acabou sendo descoberta, porém, pelo número de faltas em aula, já que passava muitos dias no rádio. Mesmo castigada pela mãe, estava determinada a seguir a carreira de cantora.

Por isso, em 1943, partiu para o Rio, onde conseguiu se tornar cantora do Cassino Icaraí, em Niterói. Dois meses depois, foi descoberta por Carlos Machado, que a chamou para se apresentar com sua orquestra no Cassino da Urca.

Com a proibição dos cassinos em 1946 por parte do presidente Eurico Gaspar Dutra, seguiu com a orquestra para a boate Casablanca. O ano marcou também o lançamento de suas primeiras gravações, como os sambas "Suingue no Morro" e "Ginga, Ginga, Moreno". Seu primeiro sucesso, porém, se deu no Carnaval de 1947, com "Coitadinho do Papai".

Com a música, ela estreou na rádio Nacional e fez grande sucesso em 1948.

No mesmo ano, passou a ser a estrela do hotel Copacabana Palace e ganhou o slogan que acompanhava seu nome: "Marlene, ela que canta e dança diferente".

Na época, o maior nome da rádio nacional era Emilinha Borba, embora as irmãs Linda e Dircinha Batista fossem também bastante populares. Juntas, ganharam por anos consecutivos o concurso "Rainha do Rádio", organizado pela Associação Brasileira de Rádio.

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