segunda-feira, 16 de setembro de 2013

COMPOSITORES PARANAENSES: AUGUSTO STRESSER



O compositor Augusto Stresser nasceu em Curitiba, em 18 de julho de 1871 e faleceu na mesma cidade em 18 de novembro de 1918.

O músico  também foi jornalista e ilustrador do jornal O Guarany, artista plástico, escritor e funcionário graduado da Delegacia do Tesouro Nacional no Paraná.

Augusto Stresser é o compositor da primeira ópera paranaense.


Biografia

Augusto Stresser nasceu em 18 de julho de 1871 (prematuro de oito meses) em uma casa localizada na esquina da Rua da Carioca (atual Rua Riachuelo) com a Rua dos Alemães (atual Rua 13 de Maio) na capital paranaense .

Filho de Theodoro Stresser, alemão nascido em Walferding (Luxemburgo) e que imigrou para o Brasil no final da década de 1820 (com apenas 3 anos de idade). A mãe de Augusto foi Izabel Pletz (mais conhecida por "Luiza"), brasileira e descendente direta de alemães. O casal Theodoro e Izabel casou-se em Curitiba no dia 23 de janeiro de 1847 e tiveram sete filhos, sendo Augusto o caçula da família. Seus irmãos foram: Maria do Pilar, Leopoldina, José Theodoro, João Augusto, Francisca e Guilhermina.

Theodoro, pai de Augusto, era dono de olaria no Bacacheri e foi o primeiro a fabricar as telhas tipo "Marselha" no Paraná. Este produto era considerado de fino acabamento e com o seu processo de fabricação especial, o Governo Provincial concedeu a Theodoro o privilégio da fabricação e introdução no mercado por 30 anos, a partir da década de 1870 .


Os primeiros anos de vida de Augusto foram marcados por doenças. Com um ano de idade foi desenganado pelo médico da família e somente foi curado com os cuidados e recomendações do médico particular da imperatriz, dona Thereza Christina Maria, o Dr. Rocha Lima que nesta época passava alguns dias na capital paranaense. Aos três anos de idade nova doença, com ameaça de tifo. A cura, desta vez, veio através dos medicamentos do médico homeopata Dr. João Manoel da Cunha.

Augusto aprendeu a ler e a escrever aos sete anos com a mãe, mas sua primeira escola formal foi a do professor Miguel Schleder. No ginásio, teve entre os colegas, Affonso Camargo, Ivo Affonso da Costa, Antonio Aughusto de Carvalho. Nos intervalos dos períodos de estudo, Augusto sempre pintava e desenhava. Começou, desde pequeno, a manifestar pendores para as belas artes. Aos oito anos se interessou por música e fotografia e em pouco tempo manejava, magistralmente uma flauta, que ganhara do irmão "Jéca" (José Theodoro).

Augusto Stresser casou-se com Ernestina Gaertner e tiveram oito filhos: Cecília, Ary, Zuleika, Adherbal Stresser, Sidéria, Gastão, Guiomar e Milton.

Ainda jovem tornou-se funcionário do "Estado" a ali trabalhou por quase toda a sua vida, chegando a ser Delegado Fiscal do Paraná.

Carreira artística

Começando na música desde cedo, dedicou-se ao estudo da flauta e do contrabaixo. Seu gosto pela música fez de Augusto um dos fundadores do Grêmio Musical Carlos Gomes, juntamente com: Alberto Monteiro, Antenor Monteiro, Álvaro Barbosa, Alberto Leschaud, Athanázio Leal, Annibal Requião, Bellarmino Vieira, Frederico Lange, Gabriel Monteiro e Gabriel Ribeiro. O Grêmio foi criado em 28 de maio de 18934 . Posteriormente, Augusto tocou na orquestra da Catedral Metropolitana de Curitiba. O gosto musical levou-o a tocar flauta, flautim, contrabaixo e piano e sua dedicação a música não impediu de "navegar" em outras atividades artísticas, como: desenhista, pintor, poeta, fotografia, além de jornalista.

Como jornalista publicou, juntamente com Silveira Netto, um jornal ilustrado de cunha artístico: “O Guarany” (homenagem a obra de José de Alencar). Mais tarde, em parceria com Leite Junior, publicou o jornal "A Fanfarra" e também colaborou nos jornais "Diário da Tarde", de Curitiba e no "O Itiberê" de Paranaguá.
Sidéria

A música já fazia parte da vida de Augusto Stresser desde os seus primeiros anos e deste interesse nasceu o sonho: compor uma ópera genuinamente paranaense. Foi com o primo Jayme Ballão que Augusto começou a transformar este sonho em realidade. Ambos trabalharam em uma pequena ópera de dois atos e quando pronto surgiu o problema da orquestração, pois Curitiba, no início do século XX, não contava com pessoal habilitado para tal serviço. Somente em 1911, quando a Companhia de Operetas Alemã Papke, regida pelo maestro Léo Kessler, dissolve-se após algumas apresentações no antigo Theatro Guayra, é que Jayme e Augusto executam a orquestração com o auxilio de Léo. Nesta finalização a ópera sofreu algumas alterações e ganha o acréscimo de um ato.

Batizada de Sidéria em homenagem a sua filha, Augusto estreou a primeira ópera do Paraná em 3 de maio de 19125 no Theatro Guayra, com grande sucesso.

A ópera conta o amor trágico de uma jovem em meio à Revolução Federalista.

Interpretado por um elenco amador, a ópera teve a seguinte formação em sua estréia:

    SIDÉRIA - Marietta Bezerra (soprano);

    THYLDE - Josepha Correia de Freitas (soprano);

    ALCEU - Jorge Wucherpfenning (tenor e único profissional, remanescente da Companhia de Opereta Alemã Papke);

    PAULO - Constante Fruet (barítono);

    JUVENAL - Jorge Leitner (tenor);

    CAMPONESA - Ana Kirchgaessner (mezzosoprano);

    CAMPONESES - José Buzetti Mori e Luis Romanó.

Além de Sidéria, Augusto assinou a mazurca Pérolas da Noite, a fantasia Prelúdio e um hino em homenagem ao cinqüentenário do Paraná.

Augusto Stresser faleceu no dia 18 de novembro de 1918, aos 47 anos de idade, vítima da gripe espanhola.





Iniciativa da série Compositores do Paraná:
Sociedade Livre de Música
(Departamento de pesquisa, estudo e divulgação da música erudita, folclórica e popular do Brasil. Departamento do Instituto Cultural Arte Brasil)

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