Fundado em 1998, o Instituto Cultural Arte Brasil é uma OSC cultural com ações e projetos na cultura, esportes, meio ambiente e cidadania. Tem reconhecimento do Sesc, Minc, Rock In Rio, CESE, Itaú Social, Cenpec, Unicef, Instituto RPCom e Febrafite. Atuante na defesa, pesquisa e difusão da cultura brasileira, realiza ações arte-educativas e de combate ao racismo com adolescentes e jovens em conformidade com a Lei nº 10.639/2003 osc.artebrasil@gmail.com https://www.instagram.com/batuque_nacaixa/
quarta-feira, 24 de dezembro de 2025
MUNDO ERUDITO: MORRE A FLAUTISTA ODETE ERNST DIAS
Morreu, na madrugada desta quarta-feira (24/12), aos 96 anos, a flautista Odette Ernest Dias, uma das fundadoras do Clube do Choro e nome emblemático da música em Brasília.
Odette morreu no Rio de Janeiro, às 3h30, no hospital Casa de Portugal, de causas naturais. “Ela não estava doente. Envelheceu, ficou muito fraca, tinha dificuldades respiratórias. Resistiu até o último minuto. Era durona”, contou a filha da musicista, a também flautista Beth Ernest Dias.
Nascida em Paris em 1929, Odette chegou no Brasil aos 23 anos. Fez parte, inicialmente, da Orquestra Sinfônica Brasileira, a convite do maestro Eleazar de Carvalho. "Minha mãe foi um exemplo de mulher. Na década de 1950, ela veio para o Brasil muito jovem, com apenas 23 anos, e encarou a travessia do Atlântico para desbravar o desconhecido, tanto geograficamente quanto musicalmente. Era um mundo que ela não conhecia", conta Beth. Nessa época, Odette já carregava as medalhas do Conservatoire National Supérieur de Paris e do Concurso Internacional de Genebra (Suíça). Neste último, ela conquistou o primeiro lugar, por unanimidade, em 1952.
No Brasil, Odette integraria ainda a Orquestra Sinfônica Nacional, a Orquestra Sinfônica Nacional da Rádio MEC e as orquestras da orquestras das rádios Tupi, Mayrink Veiga e Nacional. "Ela se distinguiu muito por conta do som maravilhoso de flauta que ela tirava. Rapidamente, aquela sonoridade começou a ser cobiçada por maestros arranjadores. Ela gravou praticamente com todos os nomes que hoje em dia são objeto de estudos, teorias e doutorados", lembra Beth. Odette gravou, inclusive, com Tom Jobim e Elizeth Cardoso.
Leia também: Academia Brasileira de Cinema divulga indicados ao Prêmio PLATINO 2026
Brasília entrou na vida de Odette em 1974. Primeiro, ela foi dar aulas na Universidade de Brasília (UnB) e, em 1977, participou da fundação do Clube do Choro. Os músicos que viriam a formar o grupo costumavam se reunir para tocar na casa de Odette el ali, durante essas reuniões, surgiu a ideia de fundar um clube de chorões que ganhou corpo, força e hoje é tombado patrimônio imaterial de Brasília.
Uma das últimas apresentações da instrumentisa em Brasília foi em 2019, em um recital ao lado do neto, Lourenço Vasconellos, na Casa Thomas Jefferson. Com o neto, ela realizou uma série de concertos nos quais a dupla combinava a flauta com o vibrafone.
Odette é mãe da flautista Beth Ernest Dias, do compositor e violonista Jaime Ernest Dias e dos também músicos Carlos, Cláudia e Andréa, além de Irene, que não trabalha com música. A flautista morava no Rio de Janeiro desde 1994 e o velório será realizado na capital fluminense, mas o enterro deve ser realizado em Brasília.
Assinar:
Postar comentários (Atom)

Nenhum comentário:
Postar um comentário