quarta-feira, 26 de abril de 2017

JORNALISMO PERDE CARLOS CHAGAS

Morreu nesta quarta-feira (26) o jornalista, professor e advogado Carlos Chagas, pai da ex-ministra-chefe da Secretaria de Comunicação Helena Chagas. Nascido em Três Pontas, em Minas Gerais, e morador de Brasília, ele iria completar 80 anos no próximo dia 20 de maio.

Chagas começou a carreira de jornalista no final do anos 1950, quando ainda cursava direito na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC). A primeira contratação foi no jornal O Globo, em 1959.
Na década de 1960 trabalhou no palácio Guanabara, no Rio de Janeiro, como secretário de imprensa do então governador Negrão de Lima, quem conheceu durante coberturas jornalísticas do Partido Social Democrático (PSD). 

Chagas também trabalhou no jornal " O Estado de S. Paulo" entre 1972 e 1988, sempre ligado a assuntos políticos. Na televisão, o jornalista foi chefe da "TV Manchete" em Brasília e passou por outros três canais. A última participação como comentarista político foi em dezembro do ano passado
.
Durante a ditadura, em 1969, foi nomeado secretário de imprensa de Costa e Silva e escreveu 20 reportagens sobre os acontecimentos políticos da época, todas publicadas no Globo e em "O Estado de S.Paulo".
O jornalista Carlos Chagas, em aparição na televisão (Foto: TV Globo/Reprodução) O jornalista Carlos Chagas, em aparição na televisão (Foto: TV Globo/Reprodução)
O jornalista Carlos Chagas, em aparição na televisão (Foto: TV Globo/Reprodução) 
 
A série ganhou um Prêmio Esso de Jornalismo e deu origem ao livro “113 dias de angústia” – ambos foram censuradas pelo regime militar. Em 1995, foi eleito para a Academia Brasileira de Letras. 

Chagas também publicou “Resistir é preciso”, uma coletânea de artigos escritos entre 1972 e 1974; “A guerra das estrelas”, de 1985, que aborda as sucessões presidenciais militares; e “Revolução no Planalto”, de 1988, sobre a redemocratização. 

Na carreira acadêmica, Chagas foi professor do Departamento de Comunicação da Universidade de Brasília (UnB) durante 25 anos. Ele ingressou em 1978 e foi titular das disciplinas “Ética e legislação nos meios de comunicação” e “Problemas sociais e econômicos contemporâneos” na graduação e de “Tópicos especiais” na pós-graduação. 

Chagas casou-se com Enila Leite de Freire Chagas, com quem teve duas filhas.

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