Fundado em 1998, o Instituto Cultural Arte Brasil é uma OSC cultural com ações e projetos na cultura, esportes, meio ambiente e cidadania. Tem reconhecimento do Sesc, Minc, Rock In Rio, CESE, Itaú Social, Cenpec, Unicef, Instituto RPCom e Febrafite. Atuante na defesa, pesquisa e difusão da cultura brasileira, realiza ações arte-educativas e de combate ao racismo com adolescentes e jovens em conformidade com a Lei nº 10.639/2003
osc.artebrasil@gmail.com https://www.instagram.com/batuque_nacaixa/
quinta-feira, 10 de março de 2016
MARACATU, HINO NACIONAL E PALMAS NO SEPULTAMENTO DE NANÁ VASCONCELOS
Mesmo se eu morrer, não quero ninguém chorando, quero muito batuque,
muito barulho, porque, se vocês fizerem silêncio, vou pensar que vocês
estão dormindo e vou fazer como em casa, com minha esposa. Quando ela
está dormindo, faço barulho para ela acordar. É a cigarra".
Essa frase
foi atribuída a Naná Vasconcelos pelo mestre Chacon Viana, da Nação do
Maracatus Porto Rico, do bairro do Pina, Recife, que ouviu a brincadeira
em uma reunião preparativa para o carnaval deste ano - o último de
Naná. E assim foi atendido o desejo do artista: o tambor tocou e a saia
rodou em frente à Assembleia Legislativa de Pernambuco, onde o corpo foi velado desde o início da tarde.
Foto: Marlon Costa / Futura Press
.
Amigos e familiares seguem a pé da Assembleia em direção ao cemitério (Foto: Artur Ferraz/G1)
A musicista Íris Vieira, da Orquestra Sinfônica de Pernambuco, tocou a
música 'Trenzinho Caipira', de Villa-Lobos, acompanhada pelo grupo de
percussão Batucafro. Depois, o poeta cearense Israel Batista declamou o
poema que fez em tributo ao percussionista, 'Louvor a Naná'.
A representante do Movimento Nacional do Quilombo Raça e Classe, também
recitou um texto que fez em reverência ao músico. Durante o
pronunciamento, ela destacou a importância de Naná para a população de
origem africana. "Salve, salve, Naná, você mostrou que o negro pode
ocupar todos os espaços. Vai deixar para nós a sua história, a sua
música. Naná, sempre presente, hoje, amanhã e sempre", ressaltou.
Em seguida, o pai de santo Raminho de Oxóssi conduziu uma cerimônia com
vários grupos religiosos de matriz africana. "Que Deus lhe dê o
descanso eterno", desejou ao som de aplausos e batucadas. Ao fim do
culto, um pequeno coral formado por cinco cantoras, clarins da Orquestra
Sinfônica e percussionistas entoaram canções do artista e de ritmos
afro-brasileiros.
Nenhum comentário:
Postar um comentário