Benemar França, tataraneto de Luiz Gama, disse que “gostaria de ter um décimo do que ele foi, do que fez e esse reconhecimento, essa colocação de ele ser um advogado porque o que ele fez foi lutar contra a escravatura juridicamente. Acho bem merecida porque ele foi alguém que fez muita coisa.”
Luiz Gama até tentou fazer a faculdade de direito no Largo de São Francisco, mas a elite do século 19 impediu. Ele resistiu, estudando sozinho nos livros da biblioteca.
Biografia
Gama nasceu em 1830 e passou a infância em uma casa na Bahia. Aos 10 anos, foi vendido como escravo pelo próprio pai. Aos 17 anos conseguiu a liberdade de volta, o que não bastou.
Ainda libertou 500 escravos e virou um dos maiores líderes abolicionistas do país.
Silvio Luiz de Almeida, professor de direito da faculdade Mackenzie e presidente do Instituto Luiz Gama falou sobre a importância de resgatar a história. “É uma disposição renovada de uma luta pela construção de uma sociedade mais justa, uma sociedade não racista.”
Luiz Gama morreu em 1882, aos 52 anos. Por pouco, não viu quando a Lei Áurea pôs fim à escravidão no Brasil. A morte dele provocou uma comoção em São Paulo, que tinha 40 mil moradores e três mil participaram do enterro. Era tanta gente que o caixão ia passando de mão em mão, veio lá do Brás, onde ele morava, até o Cemitério da Consolação, onde foi sepultado.
É a primeira vez na história que a Ordem dos Advogados do Brasil concede o título de advogado a uma pessoa que não se formou em direito e que já morreu.
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